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NOVO GOVERNO
Petista diz que conselho será "representante das forças vivas"
Idéia antiga de Lula, pacto não tem formato ou pauta
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O pacto social defendido pelo
presidente eleito Luiz Inácio Lula
da Silva foi uma das primeiras
propostas anunciadas pelo petista, mas não passa de uma idéia geral, sem forma e vaga até agora.
A reunião de amanhã do presidente eleito com empresários,
sindicalistas e integrantes de movimentos sociais tentará ser o
"embrião", como definiu o porta-voz André Singer, do pacto social.
No documento que tenta definir
o pacto, divulgado em 19 de outubro e intitulado "União pelo Brasil", Lula reafirma sua proposta de
criação de um Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e anuncia seus objetivos: "1)
incluir e aprimorar a representação das forças vivas da sociedade
na busca do diálogo imprescindível para o desempenho da economia nacional; 2) erguer-se como
um instrumento da construção de
novos compromissos e da União
pelo Brasil".
Sobre a composição e atuação
do conselho, o documento é
igualmente vago: "Será um instrumento de colaboração entre o
governo federal e diferentes segmentos sociais, categorias profissionais, lideranças representativas de empresários e trabalhadores, intelectuais, personalidades,
lideranças populares, religiosos e
autoridades em condições de
contribuir para que o país saiba
melhor elaborar, definir e construir seu próprio caminho rumo
ao desenvolvimento econômico,
social e sustentável".
Em termos práticos, a experiência mais citada por Lula na linha
de pacto social que defende foi o
acordo dos metalúrgicos em novembro de 2001.
Nele, 16 mil trabalhadores da
Volks aprovaram acordo que
cancelava demissões, flexibilizava
a jornada de trabalho, mantinha a
renda mensal dos trabalhadores e
assegurava ao ABC, por um período de cinco anos, novos investimentos e manutenção dos níveis
de emprego na fábrica.
Desde o início da campanha,
Lula optou por falar em "um novo
contrato social", em vez de pacto,
palavra que estaria desgastada
por seu uso durante o governo José Sarney, no qual uma tentativa
de entendimento falhou.
O próprio petista definiu o que
significa "o novo contrato social":
"Simbolizar o pacto social que
tanto o Fernando Henrique Cardoso falava em 1982, inspirado no
Pacto de Moncloa [acordo firmado em 1977 entre as facções políticas da Espanha para assegurar a
transição para a democracia]".
Originalmente, "O Contrato Social" é o título de obra escrita em
1762 pelo iluminista Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778). Define assim o contrato social: "É o pacto
da comunidade com o indivíduo
e do indivíduo com a comunidade, do qual nasce uma "vontade
geral" que se distingue das vontades individuais e que se constitui
o fundamento de todo o poder
político".
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