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Negociação da CPMF provoca crise no PSDB
Cúpula pede ajuda de governadores da sigla para tentar convencer a bancada na Câmara, contra o acordo do governo com o Senado
Pacote do Planalto com propostas de desoneração do tributo no Imposto de Renda será apresentado em almoço hoje com Mantega
SILVIO NAVARRO
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
À espera da proposta do governo para tentar prorrogar a
CPMF, as bancadas do PSDB
na Câmara e no Senado entraram em crise ontem, levando a
cúpula da sigla a recorrer a seus
governadores para tentar dirimir o impasse no Congresso.
O pacote, que incluirá medidas de desoneração e aumento
de repasses para a área da saúde, será apresentado hoje aos
tucanos em um almoço com o
ministro da Fazenda, Guido
Mantega. Segundo a Folha
apurou, uma das propostas de
Mantega isenta da cobrança da
CPMF a faixa de renda em torno de R$ 2.000, acima da sugerida na semana passada, de
R$ 1.642. O abatimento seria
feito na declaração do Imposto
de Renda da Pessoa Física.
Apesar do cenário favorável
traçado pelo governo, a decisão
final dos tucanos passou a ser
considerada incógnita devido
ao aumento da pressão dos deputados, contrários ao acordo
para estender a CPMF até
2011. A avaliação dos deputados é que a mudança de posição
-a bancada deu 52 dos 53 votos contra a CPMF na Câmara- significaria desprestígio.
Além disso, deputados tucanos repetiam que a ordem para
resistir e atrasar a votação da
emenda na Câmara partiu da
cúpula tucana no Congresso,
entre eles os senadores Tasso
Jereissati (CE), presidente da
sigla, Sérgio Guerra (PE) e Arthur Virgílio (AM).
"A posição da Câmara, na
época, era a posição de todas as
instâncias do partido. As decisões são tomadas em conjunto", disse o líder tucano, Antonio Carlos Pannunzio (SP).
Os tucanos disseram que vão
tentar articular para que o partido saia unido. "Vamos trabalhar muito nas próximas horas
porque o partido não pode sair
quebrado", afirmou Guerra.
Diante do impasse, a ordem
da cúpula do partido foi tentar
a ajuda dos governadores José
Serra (SP) e Aécio Neves (MG),
que, juntos, detêm o controle
praticamente total da bancada.
Yeda Crusius (RS) também enviou recado à bancada gaúcha
em favor da prorrogação.
Foi colocado que a perda de
R$ 40 bilhões para o governo
federal caso a CPMF seja vetada poderia se refletir na redução de repasses e convênios
que beneficiam os Estados.
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