São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2007

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Negociação da CPMF provoca crise no PSDB

Cúpula pede ajuda de governadores da sigla para tentar convencer a bancada na Câmara, contra o acordo do governo com o Senado

Pacote do Planalto com propostas de desoneração do tributo no Imposto de Renda será apresentado em almoço hoje com Mantega

SILVIO NAVARRO
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

À espera da proposta do governo para tentar prorrogar a CPMF, as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado entraram em crise ontem, levando a cúpula da sigla a recorrer a seus governadores para tentar dirimir o impasse no Congresso.
O pacote, que incluirá medidas de desoneração e aumento de repasses para a área da saúde, será apresentado hoje aos tucanos em um almoço com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo a Folha apurou, uma das propostas de Mantega isenta da cobrança da CPMF a faixa de renda em torno de R$ 2.000, acima da sugerida na semana passada, de R$ 1.642. O abatimento seria feito na declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física.
Apesar do cenário favorável traçado pelo governo, a decisão final dos tucanos passou a ser considerada incógnita devido ao aumento da pressão dos deputados, contrários ao acordo para estender a CPMF até 2011. A avaliação dos deputados é que a mudança de posição -a bancada deu 52 dos 53 votos contra a CPMF na Câmara- significaria desprestígio.
Além disso, deputados tucanos repetiam que a ordem para resistir e atrasar a votação da emenda na Câmara partiu da cúpula tucana no Congresso, entre eles os senadores Tasso Jereissati (CE), presidente da sigla, Sérgio Guerra (PE) e Arthur Virgílio (AM).
"A posição da Câmara, na época, era a posição de todas as instâncias do partido. As decisões são tomadas em conjunto", disse o líder tucano, Antonio Carlos Pannunzio (SP).
Os tucanos disseram que vão tentar articular para que o partido saia unido. "Vamos trabalhar muito nas próximas horas porque o partido não pode sair quebrado", afirmou Guerra.
Diante do impasse, a ordem da cúpula do partido foi tentar a ajuda dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), que, juntos, detêm o controle praticamente total da bancada. Yeda Crusius (RS) também enviou recado à bancada gaúcha em favor da prorrogação.
Foi colocado que a perda de R$ 40 bilhões para o governo federal caso a CPMF seja vetada poderia se refletir na redução de repasses e convênios que beneficiam os Estados.


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