São Paulo, quarta-feira, 06 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com Maluf na bancada, PP apóia Lula

Presidente busca atrair as alas hostis do PMDB; alvo principal é o ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos

Coalizão negociada pelo petista conta agora, oficialmente, com oito partidos; bancada ruralista do PP quer Agricultura


EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PP e o PR oficializaram ontem o ingresso na coalizão do próximo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mesmo dia, o presidente iniciou uma ofensiva para conquistar o apoio de alas do PMDB que resistem a aderir ao seu segundo mandato.
O PP aceitou integrar a coalizão e, além de uma cadeira no conselho político do governo, o partido do deputado eleito Paulo Maluf (SP) deseja manter o comando das Cidades e ganhar a Agricultura. A bancada eleita terá um encontro com Lula no Planalto nos próximos dias. "Desejamos mais um [ministério], sim", disse o líder do partido, deputado Mário Negromonte (BA).
Lula recebeu também a bancada do PR, que tem na sua cota o Ministério dos Transportes. "O partido inteiro estará na coalizão, formalmente", disse o ex-ministro Alfredo Nascimento (AM), eleito senador.
Durante as articulações políticas de ontem, Lula conversou por uma hora com o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e, ao final do encontro, pediu a ele que atue como interlocutor do Planalto com o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Jarbas é a principal dissidência ao apoio. Lula quer uma conversa com ele antes de receber a cúpula do PMDB.
Simon deixou o gabinete de Lula dizendo que manterá sua "independência" no Senado.

Jobim
O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim confirmou ontem que vai disputar o comando do PMDB em 2007. Ele já articula apoios na legenda e busca inclusive um consenso com Michel Temer, atual presidente.
"Sou candidato a presidente [do partido]. Conversei com eles, as coisas estão indo bem. Mas não podemos atropelar [o processo], isso tem que se resolver no ano que vem", disse. Há resistências no PMDB ao nome de Jobim, sobretudo da antiga ala oposicionista ligada a Temer. Além do PMDB, a coalizão já conta com oito siglas -PT, PR (ex-PL), PMDB, PP, PC do B, PSB, PRB e PV. O PDT deve anunciar sua adesão.


Com a Folha Online

Texto Anterior: Lula se reúne com Bastos para definir seu sucessor e o do diretor-geral da PF
Próximo Texto: Alencar defende que Marina fique em ministério
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.