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Com Maluf na bancada, PP apóia Lula
Presidente busca atrair as alas hostis do PMDB; alvo principal é o ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos
Coalizão negociada pelo petista conta agora, oficialmente, com oito partidos; bancada ruralista do PP quer Agricultura
EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PP e o PR oficializaram ontem o ingresso na coalizão do
próximo governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. No
mesmo dia, o presidente iniciou uma ofensiva para conquistar o apoio de alas do
PMDB que resistem a aderir ao
seu segundo mandato.
O PP aceitou integrar a coalizão e, além de uma cadeira no
conselho político do governo, o
partido do deputado eleito
Paulo Maluf (SP) deseja manter o comando das Cidades e
ganhar a Agricultura. A bancada eleita terá um encontro com
Lula no Planalto nos próximos
dias. "Desejamos mais um [ministério], sim", disse o líder do
partido, deputado Mário Negromonte (BA).
Lula recebeu também a bancada do PR, que tem na sua cota
o Ministério dos Transportes.
"O partido inteiro estará na
coalizão, formalmente", disse o
ex-ministro Alfredo Nascimento (AM), eleito senador.
Durante as articulações políticas de ontem, Lula conversou
por uma hora com o senador
Pedro Simon (PMDB-RS) e, ao
final do encontro, pediu a ele
que atue como interlocutor do
Planalto com o senador eleito
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Jarbas é a principal dissidência ao apoio. Lula quer uma
conversa com ele antes de receber a cúpula do PMDB.
Simon deixou o gabinete de
Lula dizendo que manterá sua
"independência" no Senado.
Jobim
O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim confirmou ontem
que vai disputar o comando do
PMDB em 2007. Ele já articula
apoios na legenda e busca inclusive um consenso com Michel Temer, atual presidente.
"Sou candidato a presidente
[do partido]. Conversei com
eles, as coisas estão indo bem.
Mas não podemos atropelar [o
processo], isso tem que se resolver no ano que vem", disse.
Há resistências no PMDB ao
nome de Jobim, sobretudo da
antiga ala oposicionista ligada a
Temer. Além do PMDB, a coalizão já conta com oito siglas
-PT, PR (ex-PL), PMDB, PP,
PC do B, PSB, PRB e PV. O PDT
deve anunciar sua adesão.
Com a Folha Online
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