São Paulo, domingo, 6 de dezembro de 1998

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PAINEL

Independência acertada...
FHC decidiu tomar posse com o ministério reformado para mostrar autoridade em uma semana na qual perdeu votação importante no Congresso, ACM criticou Serra e deu lições de como tratar ministros e as brigas na base aliada se acirraram.
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...com os rebeldes
PFL e PMDB queriam adiar a reforma ministerial para fevereiro, a fim de casar a operação com as presidências do Senado e da Câmara. Mas FHC já garantiu a recondução de ACM e de Temer. E assim pode passar a imagem de que contrariou os aliados.
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Tocou no ponto
De um cacique tucano, dizendo que FHC precisa correr riscos para reverter o desgaste político que sofreu nos últimos dias: "O presidente tem quatro longos anos pela frente. Levar quatro anos na flauta não é fácil".
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FHC só depende de FHC
Além da pasta da Produção, uma guinada importante que poderia sair da reforma ministerial de 1º de janeiro seria uma mexida para valer nos ministros do Planalto. Aliados pedem um político experiente na Casa Civil ou em uma pasta equivalente.
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O pára-raios
De Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, defendendo a tese de que FHC tenha um coordenador político de verdade no 2º mandato: "É preciso que haja uma primeira mesa pela qual passe o conflito. A do presidente deve ser a segunda".
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Hacker eleitoral
O funcionário aposentado do Banco do Brasil que tentou roubar R$ 1 milhão da conta de campanha de FHC não chegou a tanto, mas não ficou a ver navios: levou R$ 30 mil. O prejuízo coube ao BB, que assumiu ter negligenciado o sistema de segurança. O funcionário está preso.

Aperto econômico
Os aliados se assustaram com a reação do empresariado, que cobrou duramente pela derrota do governo na quarta. O Congresso rejeitou a medida provisória que instituía a cobrança previdenciária dos servidores inativos.

Supercobradores
No Ministério da Fazenda, há quem antipatize com a idéia de se criar superministérios. Argumento: 99 será um ano duro para o Tesouro, com poucos recursos. Por que criar postos com vocação para gastar e com ministros fortes para pressionar FHC? "Seria como ter mais Serras (ministros que brigam pesado por verbas para suas áreas)", diz-se.
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Batalha fundamental
A votação na quarta da medida provisória que acaba com incentivos de entidades filantrópicas é vista como um momento decisivo para o início do 2º mandato de FHC. Se o governo perder de novo no Congresso, as coisas podem se complicar com o FMI e a comunidade internacional.
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Integração de mazelas
Centrais sindicais dos países do Mercosul divulgarão documento dizendo que 65% dos trabalhadores da região estão desempregados ou subempregados. Realizam conferência no Rio nesta semana, divulgando-a na Internet (www.alternex.com.br/fnl/conferencia/).
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Passo em falso
A derrota do governo no Congresso na última quarta desgastou Aécio Neves (MG), um dos avalistas da votação. Tucanos dizem que até agora Aécio tem sua recondução à liderança do PSDB garantida por falta de competidores. Mas se aparecer alguém...
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Independente demais
Genoino (SP) não deve ficar só na disputa pela liderança do PT na Câmara. Um grupo articula a candidatura de João Paulo (SP). Esperam os votos da esquerda e o apoio de caciques paulistas que não gostariam de dar mais holofote a Genoino, a quem julgam um pouco "fominha de bola".
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União conjuntural
A esquerda do PT tende a não disputar a liderança do partido na Câmara. Além de ter saído politicamente mais fraca das urnas, avalia que ideologicamente não haverá diferença: a bancada inteira estará radicalizada.
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² TIROTEIO

De Milton Temer (PT-RJ), avaliando que o grampo no BNDES lançou suspeição sobre a venda das teles e detonou a crise entre os aliados que levou à derrota da MP que instituía cobrança previdenciária de inativos:
- Tá bom. FHC nos derrotou em 94 e em 98. A diferença é que desta vez, na posse, ele já vai subir a rampa de costas. Já vai entrar pela porta de saída.


CONTRAPONTO

Que dor de cabeça!
O ministro do Planejamento, Paulo Paiva, deu uma entrevista coletiva recentemente e se espantou com a quantidade de jornalistas mulheres. No grupo, com mais de dez repórteres, só havia um homem.
O assessor de comunicação de Paiva, Inácio Muzzi, que reparara no fato, comentou a predominância feminina em Brasília com um colega, que lhe contou uma história atribuída a Hélio Garcia:
Quando governador de Minas, Garcia, que tem fama de ser bom de copo, chegava ao gabinete quando foi avistado por um grupo de repórteres, composto majoritariamente por mulheres.
Garcia, tentou escapar, mas o mulherio saiu gritando:
- Governador!!! Governador!!! Governador!!!
Incomodado com a estridência do chamado, Garcia, que estava de cara amassada, falou duro:
- Pára! Pára! Pára!... Vocês estão parecendo um bando de maritacas em cima da goiabeira. Falem baixo e uma de cada vez.

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