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RIO
Consórcio franco-britânico teme insegurança jurídica no leilão da Cedae
Único interessado desiste de comprar estatal de água
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Sucursal do Rio
A pressa do governador do Rio,
Marcello Alencar (PSDB), para
privatizar a Cedae (Companhia
Estadual de Águas e Esgotos) é estéril. Não há mais comprador.
Formado pela empresa inglesa
Thames Water e pelas francesas
Lyonnaise des Eaux e Générale des
Eaux, o único consórcio interessado em adquirir a Cedae desistiu do
negócio, diz Jean-Marie Messier,
41, presidente da Vivendi, grupo
que detém a Générale des Eaux.
"Hoje não há mais condições.
Não há segurança jurídica necessária." Messier participa neste fim-de-semana, no Rio, de uma reunião de diretoria da Vivendi.
A Assembléia Legislativa do Rio
retirou a Cedae do Programa Estadual de Desestatização na quinta, e
o governador prometeu recorrer à
Justiça contra a decisão.
"É absolutamente claro que não
podemos nos engajar com montantes tão importantes, superiores
ao bilhão de dólares, sem um mínimo de segurança jurídica e de aceitação da privatização", diz Messier. Ele revelou que os integrantes
do consórcio decidiram não formalizar a oferta nessas condições.
"Depende do governo do Rio se, e
de que forma, ele deseja reabrir um
processo de privatização."
Para ele, um operador externo
poderia melhorar o abastecimento
e diminuir o desperdício de água
no Rio, que chega a 40%.
"Nossa convicção é a de que, de
uma forma ou outra, cedo ou tarde, a privatização ou a convocação
de um operador profissional exterior será necessária", afirma.
Após ler nos jornais sobre a suposta tentativa de suborno de deputados estaduais fluminenses para que votassem favoravelmente à
privatização da Cedae, Messier se
apressa em dizer que o código de
ética da empresa proíbe esse tipo
de procedimento.
Ele diz também que não pretende, no momento, procurar o governador eleito do Rio, Anthony
Garotinho (PDT) -que é contrário à privatização.
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