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PMDB dissidente deve manter acordo
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ofensiva desencadeada pelos
dissidentes do PMDB no último
fim de semana, em Curitiba (PR),
contra o atual comando partidário deve aprofundar a disputa pelo controle da legenda, mas dificilmente ameaçará a eleição do deputado João Paulo Cunha (PT)
para o comando da Câmara.
Em Curitiba, os dissidentes decidiram mudar para 16 de fevereiro a convenção que convocaram
para 25 de janeiro e recomendar
que José Sarney (AP) lance candidatura no Senado independente
de aprovação da bancada.
A candidatura "avulsa" de Sarney deixou inquieto o atual comando do PMDB, temeroso de
que ela seja incentivada pelo atual
governo. Seu candidato na disputa é o senador Renan Calheiros
(AL), que afirma dispor do apoio
de 15 dos 20 senadores que integram a bancada no Senado.
O PT ontem reafirmou que
manterá o apoio firmado após as
eleições com o PMDB, pelo qual
respeitará a decisão que vier a ser
tomada pela bancada da sigla no
Senado. A direção do PMDB promete cumprir o acordo se o escolhido da bancada for Sarney.
E o PFL, mesmo negociando a
formação de um bloco com o
PSDB na Câmara, está disposto a
negociar participação na Mesa em
troca da primeira vice-presidência ou da Primeira Secretaria.
Renan e Sarney devem viajar
pelos Estados em campanha, talvez já a partir desta semana. O
atual presidente do Senado, Ramez Tebet (MS), corre por fora,
na expectativa de se viabilizar como a alternativa de conciliação.
Apesar da recomendação de
Curitiba, Sarney ainda avalia se
disputa a indicação da bancada
ou concorre direto no plenário
com uma candidatura "avulsa",
tentando atrair apoios do PSDB e
sobretudo do PFL.
As decisões tomadas pelos dissidentes em Curitiba não deixam
de ser uma demonstração de fragilidade. O estímulo para Sarney
se lançar diretamente no plenário
é um reconhecimento implícito
de que o grupo não dispõe de
maioria na bancada.
Ao transferir a convenção para
depois da eleição do Senado, os
dissidentes esperam que o eventual sucesso de Sarney os favoreça
na disputa interna do partido. Ganhando, o objetivo da oposição é
o mesmo do comando: levar o
partido a apoiar o governo Lula.
Mas os dissidentes também tinham dificuldades para manter a
convenção no dia 25. Além da exiguidade de tempo alegada, conseguiram o número mínimo (nove)
de assinaturas dos diretórios regionais para convocá-la. Mas uma
delas, de Rondônia, já foi retirada.
Agora, contam em ter o apoio
dos diretórios do RS, SC e Paraíba, que na reunião teve a presença
do senador eleito José Maranhão.
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