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Exército precisa ser reequipado, diz general
FERNANDO RODRIGUES
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque, disse ontem que, para ajudar a construir e reparar estradas, é necessário reequipar as Forças Armadas. "O nosso apoio depende de que nós sejamos reequipados. Nosso material não está em boas condições", afirmou, referindo-se à infra-estrutura da
força na área de engenharia.
A declaração de Albuquerque
foi dada depois que o general se
reuniu ontem à tarde com os ministros José Viegas (Defesa), Anderson Adauto (Transportes) e com o comandante da Marinha,
almirante Roberto Guimarães
Carvalho, para discutir como as
Forças Armadas podem ajudar a
recuperar estradas e portos.
No último sábado, o ministro
dos Transportes anunciou a suspensão de todas as licitações para
a construção e reparo de rodovias
federais. Cerca de 60 processos,
envolvendo gastos de aproximadamente R$ 5 bilhões, foram suspensos. Ontem o ministro disse que a duplicação do trecho entre
Osório (RS) e Florianópolis (SC)
poderia ser retomada.
Apesar de demonstrar boa vontade na reunião, o general Albuquerque foi bem menos otimista que os ministros da Defesa e dos
Transportes -que haviam dito
que o Exército teria a capacidade
de construir de 800 km a 1.000 km
de estradas por ano. Indagado se
essa previsão estava correta, o comandante disse: "É necessária
uma revisão. É importante que
quando nós dermos uma resposta
com firmeza, ela seja com base em
estudos e análises corretas".
Sobre o fato de as Forças Armadas estarem sendo convocadas
para fazer vários trabalhos para o
governo federal, o comandante
do Exército disse que tudo será
atendido na medida do possível.
"Realmente, as demandas aí estão. Agora vamos deixar bem claro uma coisa: nós vamos apoiar dentro das nossas possibilidades.
E o que é muito importante, sem
prejudicar a nossa missão principal, que é a segurança e a soberania do país", declarou o general Albuquerque. Segundo ele, "desde o presidente até o ministros, todos estão sabendo disso".
Durante a entrevista coletiva,
Viegas também reconheceu que é
preciso investimento. "Evidentemente existe necessidade de renovação de material de construção.
Essa é uma das questões concretas que, na hora de formular os
convênios, ambos os ministérios
equacionarão", afirmou.
Ontem, durante a reunião entre
o Ministério dos Transportes e as
Forças Armadas, a Marinha informou que não poderá ajudar na
dragagem de portos e hidrovias.
"O comandante da Marinha nos
disse que a princípio o ideal seria
se pudéssemos avançar apenas no
campo do balizamento e das sinalizações", disse Anderson Adauto.
O ministro disse que, além de
ajudar a recuperar estradas, o
Exército irá fazer a fiscalização
das obras realizadas pela iniciativa privada. "O DNIT [Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes] não está capacitado para fazer a fiscalização",
disse Adauto.
O ministro Anderson Adauto
aproveitou o final da entrevista
coletiva para pedir que os brasileiros não viajem à noite: "Nós vamos ter que pedir um pouco de tranquilidade e paciência para
aqueles que utilizam as estradas
brasileiras, para que evitem viajar
à noite. Está realmente um risco,
um grande risco viajar à noite".
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