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MEMÓRIA
Há dez anos, sigla puniu Erundina por desobediência
DA REPORTAGEM LOCAL
Ontem, no mesmo dia
em que o PT viu novamente crescer a tensão entre o
governo e setores mais radicais do partido, completava dez anos a punição sofrida pela deputada Luiza
Erundina, hoje no PSB, por
ter contrariado orientação
dada pela legenda.
Reunião do Diretório
Nacional petista realizada
em São Paulo, no dia 6 de
fevereiro de 1993, decidiu
pela suspensão "de todos
os direitos e deveres partidários" de Erundina pelo
período de um ano.
A punição ocorreu depois que a ex-prefeita aceitou assumir o cargo de ministra-chefe da Secretaria
da Administração Federal
do governo do ex-presidente Itamar Franco.
Segundo nota divulgada
pelo PT na ocasião, a deputada "rompeu" com a disciplina partidária ao não
consultar a legenda sobre o
assunto e ao desrespeitar a
decisão da sigla de atuar na
oposição a Itamar.
Naquele momento, os
pedidos de expulsão da ex-prefeita partiam justamente de setores das alas mais
radicais da legenda, hoje
ameaçados pela cúpula petista por protestarem contra os rumos do governo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora descontente
com o resultado do encontro, Erundina negou os
boatos de que deixaria a sigla, repetindo os argumentos hoje utilizados pela senador Heloisa Helena (PT-AL). "Eu ajudei a construir
o PT. Não vou abrir mão
tão facilmente de minha filiação partidária", chegou
a declarar a deputada.
O episódio agravou ainda mais a crise entre Erundina e a legenda, iniciada
durante sua administração
da capital paulista. Novamente hostilizada pela esquerda petista durante sua
campanha derrotada à
Prefeitura de São Paulo em
1996, ela deixou o PT em
97, rumo ao PSB.
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