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São Paulo, sexta-feira, 07 de fevereiro de 2003

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MEMÓRIA

Há dez anos, sigla puniu Erundina por desobediência

DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem, no mesmo dia em que o PT viu novamente crescer a tensão entre o governo e setores mais radicais do partido, completava dez anos a punição sofrida pela deputada Luiza Erundina, hoje no PSB, por ter contrariado orientação dada pela legenda.
Reunião do Diretório Nacional petista realizada em São Paulo, no dia 6 de fevereiro de 1993, decidiu pela suspensão "de todos os direitos e deveres partidários" de Erundina pelo período de um ano.
A punição ocorreu depois que a ex-prefeita aceitou assumir o cargo de ministra-chefe da Secretaria da Administração Federal do governo do ex-presidente Itamar Franco.
Segundo nota divulgada pelo PT na ocasião, a deputada "rompeu" com a disciplina partidária ao não consultar a legenda sobre o assunto e ao desrespeitar a decisão da sigla de atuar na oposição a Itamar.
Naquele momento, os pedidos de expulsão da ex-prefeita partiam justamente de setores das alas mais radicais da legenda, hoje ameaçados pela cúpula petista por protestarem contra os rumos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora descontente com o resultado do encontro, Erundina negou os boatos de que deixaria a sigla, repetindo os argumentos hoje utilizados pela senador Heloisa Helena (PT-AL). "Eu ajudei a construir o PT. Não vou abrir mão tão facilmente de minha filiação partidária", chegou a declarar a deputada.
O episódio agravou ainda mais a crise entre Erundina e a legenda, iniciada durante sua administração da capital paulista. Novamente hostilizada pela esquerda petista durante sua campanha derrotada à Prefeitura de São Paulo em 1996, ela deixou o PT em 97, rumo ao PSB.


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