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NARCOTRÁFICO
Além do deputado, procurador-geral deve denunciar um desembargador do TRF por ligação com venda de habeas corpus
Brindeiro pedirá ação no STF contra Landim
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, está decidido a requisitar ao STF (Supremo
Tribunal Federal) a abertura de
processo criminal contra pelo
menos alguns dos indiciados no
inquérito que apura o envolvimento de autoridades como o deputado Pinheiro Landim (sem
partido-CE) em tráfico internacional de drogas e esquema de
venda de habeas corpus.
A Folha apurou que o pedido de
abertura da ação penal envolverá
o próprio Landim. Também é
praticamente certo que atinja o
desembargador do TRF (Tribunal
Regional Federal) da 1ª Região
Eustáquio Silveira, o filho dele
Igor Silveira e a mulher, juíza federal Vera Carla.
Brindeiro se recusou a dar nomes. "Em relação a algumas pessoas, já há elementos para propor
a ação." Ele estuda pedir ao STF
que desmembre o processo para
que a ação penal contra os quatro
tramite sem depender da apuração sobre outros indiciados.
O procurador-geral só aguarda
que a Polícia Federal conclua as
apurações pedidas, como a quebra dos sigilos bancário e fiscal do
envolvidos, para obter provas sobre crimes que ainda não estariam tipificados no inquérito.
É o caso da referência em gravação telefônica à suposta participação do ministro do Superior Tribunal de Justiça Vicente Leal em
esquema de venda de habeas corpus para libertar traficantes. A inclusão de Leal entre os réus da
eventual ação penal dependeria
do surgimento de uma prova concreta, como o recebimento de
cheque de um traficante.
O presidente do STF, ministro
Marco Aurélio de Mello, disse que
a eventual comprovação da acusação contra Leal poderá em tese
justificar a cassação de seu direito
à aposentadoria no STJ (R$ 16
mil). "Se há a conclusão do processo reconhecendo o desvio de
conduta, ela alcança a aposentadoria", disse ele após pergunta sobre a possibilidade de Leal requerer sua aposentadoria antes do
fim da investigação.
Nova apuração
A comissão de parlamentares
encarregada de investigar as acusações contra Landim tem prazo
até o dia 25 para concluir a sindicância de apuração do caso e enviar o parecer à Mesa da Câmara.
Landim renunciou ao cargo este
ano, mas na legislatura passada.
Assumiu novo mandato em 1º de
fevereiro. A nova apuração determinada pela corregedoria se refere à atual legislatura. Só uma nova
renúncia, antes da abertura do
processo, o livraria de sanções.
Colaborou FÁBIO GUIBU, da Agência
Folha, em Recife
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