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JOGO ILEGAL
Comissão vai investigar rede de caça-níqueis
Após sete meses, CPI dos Bingos convoca primeiro dono de bingo
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Sete meses após a sua criação, a
CPI dos Bingos começa agora a
investigar uma rede de caça-níqueis ilegais supostamente mantida em todo o país pela família Ortiz. Hoje a CPI deve ouvir o primeiro dono de um bingo. É o empresário Carlos Roberto Martins,
ex-funcionário da família Ortiz.
Em outubro, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou que
esperava a CPI convocar "bingueiros", indicando que as investigações estariam fora de foco.
De acordo com o senador Magno Malta (PL-ES), autor do requerimento que criou a CPI, a família
Ortiz é suspeita de ter ligação com
a máfia italiana no negócio de jogos. A família nega. No site
www.familiaortiz.com.br, os irmãos Alejandro, 41, e Johnny de
Viveiros Ortiz, 43, já convocados
pela CPI, reproduzem documentos da empresa de investigação
Kroll e do procurador da República da Itália Pietro Saviotti, de março de 2004, que apontam que eles
não têm ligação com a máfia nem
são investigados na Itália.
A CPI diz, em documento divulgado à imprensa, que os empresários são donos de "80% a 90% das
máquinas caça-níqueis funcionando no país", o que a família
também nega.
Na Justiça brasileira ainda tramita um processo, desde 1999,
contra Alejandro Ortiz. "A máfia
italiana [...], através de Alejandro
de Viveiros Ortiz, organizou cinco firmas no Brasil visando locar
máquinas eletrônicas de caça-níqueis", diz o Ministério Público
Federal na ação. Na última manifestação da defesa, em 2003, advogados afirmam que não há ligação
com a máfia.
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