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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
O Temporão é teu
Vitaminado pela condição de sócio maior da vitória
de Arlindo Chinaglia, o PMDB da Câmara avisa: não
aceitará que a escolha de José Temporão para ministro da Saúde seja considerada de sua cota, interpretação que o PMDB do Senado tenta vender a Lula. Deputados lembram que o padrinho da indicação do médico sanitarista é um ex-senador -Sergio Cabral, governador do Rio- que apoiou publicamente a reeleição de Renan Calheiros. A bancada da Câmara, pois,
continua a esperar por duas pastas, Saúde não incluída. O jogo de empurra com Temporão é uma amostra
do trabalho que Lula terá para dar de comer a todos os
grupos do PMDB que precisam ser alimentados.
Dreno. O PT incentiva outros partidos da base a assediar os pefelistas. Pelas contas
do partido de Lula, ao final da
operação os opositores do governo devem ficar com menos
de 50 deputados federais.
Discórdia. Para diminuir a
bancada oposicionista, vale
apostar nas intrigas internas.
Mussa Demes (PI), descontente por ter sido preterido na
disputa dentro do PFL por
uma vaga na Mesa Diretora da
Câmara, pode ir para o PTB.
Ilha. Paulo Maluf (PP-SP)
escolheu a fileira que tradicionalmente cabe ao PSDB no
plenário da Câmara. O resultado é que as cadeiras ao seu
lado agora ficam vazias. Os tucanos, que não querem aparecer na foto ao lado do ex-prefeito, reclamam de ter de se
espremer no "fundão".
O que interessa. A recém-criada Comissão de Comunicação, Ciência e Tecnologia repetirá a disputa entre
Globo e Record. A presidência
coube a Wellington Salgado
(PMDB-MG), suplente do ministro Hélio Costa, historicamente ligado à Globo. Já a vice ficou com Marcelo Crivella
(PRB-RJ), ligado à Record.
Empurrão. Líder do PTB
em São Paulo, o deputado estadual Campos Machado
apresenta hoje a Roberto Jefferson, durante congresso da
sigla em Brasília, o projeto de
anistia do deputado, que denunciou o mensalão e foi cassado pela Câmara. Jefferson
tem dito que não se empenhará pessoalmente pela anistia.
Profilaxia 1. O decreto de
José Serra que suspendeu a
desoneração de produtos da
cesta básica foi resposta a
ação judicial do governo do
Paraná contra São Paulo, motivada pelo ICMS reduzido
desses itens no Estado, que
seria julgada pelo Supremo.
Profilaxia 2. O governo
paulista esperava derrota no
STF, daí a decisão de suspender a desoneração. Serra afirma dispor de meios para compensar a medida, evitando o
aumento nos preços de produtos como pão, arroz e feijão.
Cratera. Mesmo aliados
próximos de Gilberto Kassab
avaliam que o episódio do
posto de saúde foi um desastre de grandes proporções.
Argumentam que o fato de o
prefeito paulistano ser pouco
conhecido fará com que a
imagem de descontrole "cole"
nele com mais facilidade.
Além do que seu pedido de
desculpas saiu pela metade.
Deixa comigo. Enquanto
os pefelistas titubeavam no
plenário, coube ao tucano Orlando Morando subir na tribuna da Assembléia paulista
para defender Kassab.
Alma do negócio. O PT
prepara milhares de cartilhas
para explicar, de forma didática, as medidas do PAC para a
população. O material, ainda
em fase de elaboração, será
distribuído por todo país, via
diretórios regionais da sigla.
Caldo grosso. A Articulação de Esquerda, corrente interna do PT, vai pedir a troca
da atual direção do partido em
seu texto para o Congresso
Nacional da sigla. A medida
também é defendida por Tarso Genro e pela Democracia
Socialista, outra tendência da
chamada esquerda petista.
Tiroteio
"Topo o desafio de trocar de salário com Marco
Aurélio Mello, mas quero cargo vitalício e as
gratificações que ele recebe do TSE".
Do deputado federal JÚLIO DELGADO (PSB-MG), em resposta a Marco
Aurélio Mello, ministro do Supremo, que desafiou os parlamentares a
trocar seus vencimentos pelos de juízes.
Contraponto
Sem mapa
A Subprefeitura de Cidade Tiradentes, bairro carente
do extremo leste de São Paulo, recebeu no ano passado
uma diretora do Banco Mundial que se dizia interessada
na "arquitetura local". O subprefeito Arthur Xavier acompanhou-a no passeio. Ao final, perguntou, solícito:
-Há algum outro local que a senhora gostaria de conhecer antes de voltar para Washington?
-Quero conhecer outros centros históricos, em Salvador e em São Luis-, disse ela, um tanto constrangida.
Só então Xavier percebeu o engano: o objeto do interesse da visitante era a homônima cidade histórica de Minas.
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