São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

O Temporão é teu

Vitaminado pela condição de sócio maior da vitória de Arlindo Chinaglia, o PMDB da Câmara avisa: não aceitará que a escolha de José Temporão para ministro da Saúde seja considerada de sua cota, interpretação que o PMDB do Senado tenta vender a Lula. Deputados lembram que o padrinho da indicação do médico sanitarista é um ex-senador -Sergio Cabral, governador do Rio- que apoiou publicamente a reeleição de Renan Calheiros. A bancada da Câmara, pois, continua a esperar por duas pastas, Saúde não incluída. O jogo de empurra com Temporão é uma amostra do trabalho que Lula terá para dar de comer a todos os grupos do PMDB que precisam ser alimentados.

Dreno. O PT incentiva outros partidos da base a assediar os pefelistas. Pelas contas do partido de Lula, ao final da operação os opositores do governo devem ficar com menos de 50 deputados federais.

Discórdia. Para diminuir a bancada oposicionista, vale apostar nas intrigas internas. Mussa Demes (PI), descontente por ter sido preterido na disputa dentro do PFL por uma vaga na Mesa Diretora da Câmara, pode ir para o PTB.

Ilha. Paulo Maluf (PP-SP) escolheu a fileira que tradicionalmente cabe ao PSDB no plenário da Câmara. O resultado é que as cadeiras ao seu lado agora ficam vazias. Os tucanos, que não querem aparecer na foto ao lado do ex-prefeito, reclamam de ter de se espremer no "fundão".

O que interessa. A recém-criada Comissão de Comunicação, Ciência e Tecnologia repetirá a disputa entre Globo e Record. A presidência coube a Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente do ministro Hélio Costa, historicamente ligado à Globo. Já a vice ficou com Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Record.

Empurrão. Líder do PTB em São Paulo, o deputado estadual Campos Machado apresenta hoje a Roberto Jefferson, durante congresso da sigla em Brasília, o projeto de anistia do deputado, que denunciou o mensalão e foi cassado pela Câmara. Jefferson tem dito que não se empenhará pessoalmente pela anistia.

Profilaxia 1. O decreto de José Serra que suspendeu a desoneração de produtos da cesta básica foi resposta a ação judicial do governo do Paraná contra São Paulo, motivada pelo ICMS reduzido desses itens no Estado, que seria julgada pelo Supremo.

Profilaxia 2. O governo paulista esperava derrota no STF, daí a decisão de suspender a desoneração. Serra afirma dispor de meios para compensar a medida, evitando o aumento nos preços de produtos como pão, arroz e feijão.

Cratera. Mesmo aliados próximos de Gilberto Kassab avaliam que o episódio do posto de saúde foi um desastre de grandes proporções. Argumentam que o fato de o prefeito paulistano ser pouco conhecido fará com que a imagem de descontrole "cole" nele com mais facilidade. Além do que seu pedido de desculpas saiu pela metade.

Deixa comigo. Enquanto os pefelistas titubeavam no plenário, coube ao tucano Orlando Morando subir na tribuna da Assembléia paulista para defender Kassab.

Alma do negócio. O PT prepara milhares de cartilhas para explicar, de forma didática, as medidas do PAC para a população. O material, ainda em fase de elaboração, será distribuído por todo país, via diretórios regionais da sigla.

Caldo grosso. A Articulação de Esquerda, corrente interna do PT, vai pedir a troca da atual direção do partido em seu texto para o Congresso Nacional da sigla. A medida também é defendida por Tarso Genro e pela Democracia Socialista, outra tendência da chamada esquerda petista.

Tiroteio

"Topo o desafio de trocar de salário com Marco Aurélio Mello, mas quero cargo vitalício e as gratificações que ele recebe do TSE".
Do deputado federal JÚLIO DELGADO (PSB-MG), em resposta a Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo, que desafiou os parlamentares a trocar seus vencimentos pelos de juízes.

Contraponto

Sem mapa

A Subprefeitura de Cidade Tiradentes, bairro carente do extremo leste de São Paulo, recebeu no ano passado uma diretora do Banco Mundial que se dizia interessada na "arquitetura local". O subprefeito Arthur Xavier acompanhou-a no passeio. Ao final, perguntou, solícito:
-Há algum outro local que a senhora gostaria de conhecer antes de voltar para Washington?
-Quero conhecer outros centros históricos, em Salvador e em São Luis-, disse ela, um tanto constrangida.
Só então Xavier percebeu o engano: o objeto do interesse da visitante era a homônima cidade histórica de Minas.


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