São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

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Petista ironiza declarações de Marco Aurélio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cobrado por deputados irritados com as comparações salariais feitas pelo presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), sugeriu que os deputados o chamem para um debate e, com ironia, disse que Marco Aurélio fez um "voto de pobreza".
"Diria que a frase mais espirituosa é que o ministro fez um voto de pobreza, dado que o salário de ministro é R$ 24 mil, e o salário de um deputado ou senador é pouco menos de R$ 13 mil", disse Chinaglia, ao iniciar a sessão no plenário. Além do salário, os deputados recebem R$ 15 mil de verba de gabinete para custear desde xerox até gastos com combustível.
Os parlamentares passaram a falar em congelamento do salário do Judiciário após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de impedir o aumento de 91% na remuneração dos congressistas, em dezembro último.
Anteontem, Marco Aurélio reavivou a polêmica ao afirmar: "Se querem congelar, vamos trocar de salários. Se algo precisa ser revisto, não é no Judiciário: realmente recebemos o valor do contracheque, pagamos imposto, não temos as vantagens múltiplas dos congressistas nem trabalhamos apenas de terça a quinta-feira."
As cobranças a Chinaglia começaram na sessão da tarde de ontem. A deputada Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) pediu a Chinaglia uma resposta formal da Câmara: "Deputado não pode mais conviver com isso". Pressionado, Chinaglia reagiu. "Não devemos fazer de uma declaração isolada, por mais ilustre que seja o ministro, uma eventual disputa entre a opinião do STF e a da Câmara."
Mas o tema não se esgotou. "Desculpe, mas é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Ou temos medo do Judiciário? Quero trocar o meu salário com o dele", reclamou Pedro Fernandes (PTB-MA). Chinaglia manteve a defensiva e propôs que os deputados convidassem Marco Aurélio para um debate. (SILVIO NAVARRO E SILVANA DE FREITAS)

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