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Petista ironiza declarações de Marco Aurélio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cobrado por deputados irritados com as comparações
salariais feitas pelo presidente do TSE, Marco Aurélio
Mello, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), sugeriu que os deputados o chamem para um debate e, com ironia, disse que
Marco Aurélio fez um "voto
de pobreza".
"Diria que a frase mais espirituosa é que o ministro fez
um voto de pobreza, dado
que o salário de ministro é
R$ 24 mil, e o salário de um
deputado ou senador é pouco menos de R$ 13 mil", disse
Chinaglia, ao iniciar a sessão
no plenário. Além do salário,
os deputados recebem R$ 15
mil de verba de gabinete para
custear desde xerox até gastos com combustível.
Os parlamentares passaram a falar em congelamento
do salário do Judiciário após
a decisão do STF (Supremo
Tribunal Federal) de impedir o aumento de 91% na remuneração dos congressistas, em dezembro último.
Anteontem, Marco Aurélio reavivou a polêmica ao
afirmar: "Se querem congelar, vamos trocar de salários.
Se algo precisa ser revisto,
não é no Judiciário: realmente recebemos o valor do
contracheque, pagamos imposto, não temos as vantagens múltiplas dos congressistas nem trabalhamos apenas de terça a quinta-feira."
As cobranças a Chinaglia
começaram na sessão da tarde de ontem. A deputada Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) pediu a Chinaglia uma
resposta formal da Câmara:
"Deputado não pode mais
conviver com isso". Pressionado, Chinaglia reagiu. "Não
devemos fazer de uma declaração isolada, por mais ilustre que seja o ministro, uma
eventual disputa entre a opinião do STF e a da Câmara."
Mas o tema não se esgotou.
"Desculpe, mas é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Ou temos medo do Judiciário? Quero trocar o meu
salário com o dele", reclamou Pedro Fernandes (PTB-MA). Chinaglia manteve a
defensiva e propôs que os deputados convidassem Marco
Aurélio para um debate.
(SILVIO NAVARRO E SILVANA DE FREITAS)
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