São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2001 |
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A MORTE DE COVAS "O Mário passou a lição de casa. Agora vocês têm de repassar adiante"
"O Mário passou a lição de casa. Agora, vocês têm que repassar adiante", disse Lila Covas ontem ao ex-governador e ex-senador José Richa (pr), um dos sete fundadores do PSDB em 1988. Chorando convulsivamente, ela fazia eco às manifestações unânimes de que o marido era uma das principais referências na política e no PSDB. Mário Covas, 70, morreu às 5h30 de "falência múltipla de órgãos", segundo o boletim médico divulgado pelo Instituto do Coração. Covas estava internado no Incor desde o dia 25 de fevereiro, para tratamento de quadro infeccioso grave e distúrbios generalizados em função de um câncer de bexiga diagnosticado em dezembro de 1998 e que voltou no final de 2000. O cortejo fúnebre foi saudado ao longo de ruas e avenidas de São Paulo com um buzinaço de motoboys, aplausos, lenços e roupas brancas. O corpo foi velado durante todo o dia e a noite no Palácio dos Bandeirantes. O enterro será hoje, em Santos. Além de Covas, só um outro governador do Estado de São Paulo morreu em pleno exercício do mandato: Carlos de Campos, em 27 de abril de 1927. Na época, o cargo era denominado "Presidência de São Paulo". Quando o corpo de Covas entrou no Salão Nobre do Palácio dos Bandeirantes, às 11h43min, havia cerca de 400 pessoas no local, metade delas, jornalistas. Apesar da multidão, fez-se um longo silêncio até que o caixão fosse colocado no local. Lila, toda de preto e de óculos escuros, estava de mãos dadas com o filho, Mário Covas Neto, o Zuzinha. Ao lado, a filha, Renata, com o marido, a irmã do governador, Nídia, e outros parentes. O único político a acompanhar o caixão foi Geraldo Alckmin, que assume o cargo até janeiro de 2003 e estava acompanhado da mulher, Maria Lúcia. "Na política brasileira, todos os significados da palavra dignidade podem ser resumidos num nome: Mário Covas", disse ele, rapidamente, aos jornalistas. "O governo Mário Covas continua, em seus valores e seus princípios", comprometeu-se. Àquela hora, eram poucos os políticos que tinham conseguido chegar ao local, como os ministros da Educação, Paulo Renato de Souza, e da Cultura, Francisco Weffort. O presidente Fernando Henrique Cardoso chegou ao velório às 20h34. Texto Anterior: Questão agrária: Camponesas adiam protesto em São Paulo Próximo Texto: "O governo Mário Covas continua", diz Alckmin Índice |
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