São Paulo, quinta-feira, 07 de março de 2002

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PAINEL

Fidelidade tem limite
Ao mesmo tempo em que decidiu deixar o governo, o PFL deu o seguinte recado a Roseana: se os documentos apreendidos no MA trouxerem fortes indícios contra a governadora ou se ela despencar nas pesquisas, o partido buscará outro caminho.

Palavra de candidata
Em reunião na noite de anteontem com Jorge Bornhausen, Roberto Brant e José Sarney, Roseana afirmou que não há nada contra ela nos documentos apreendidos pela PF. Disse que o PFL pode apostar em sua candidatura, sem riscos.

Rota de fuga
Por via das dúvidas, o PFL quer manter uma porta aberta com o PSDB para negociar um eventual plano C, já que não aceita José Serra.

Valsa da despedida
De Cesar Maia (PFL-RJ), explicando a redução no tom dos ataques ao PSDB e o recuo de José Sarney em discursar contra FHC: "A decisão ganha dimensão e densidade quando serena. Assim como boas leis, boas decisões políticas são tomadas em ritmo de valsa e não de rock".

Bater na mesa
Líderes tucanos queriam que FHC se antecipasse e demitisse todos os pefelistas antes de o PFL anunciar a saída do governo. Vellozo Lucas, prefeito de Vitória (ES), e Alberto Goldman estão entre os "radicais".

Várias frentes
Inocêncio de Oliveira (PFL-PE) avisou ao PT que, a partir de hoje, o partido poderá concordar com o bloco de oposição a respeito de um decreto legislativo na Câmara que derrube a verticalização das coligações.

A perder de vista
O escândalo da Sudam, que fez Jader (PMDB) renunciar, afetou FHC de outra forma. Ele deixará a Presidência sem inaugurar a Ferronorte, menina dos olhos no setor ferroviário. A obra ficou atrasada por causa da suspensão das verbas da Sudam.

Tribunal imprevisível
O PT tem dúvidas sobre fazer alianças regionais com partidos que se mantenham à margem da eleição presidencial. Acredita que o TSE só vá decidir sobre a validade desse tipo de coligação após agosto, quando as chapas não poderão mais ser modificadas e acabariam impugnadas.

Meses de chumbo
José Genoino (PT), candidato ao governo de São Paulo, desistiu de ter um vice do PMDB: "Depois do AI-45 [número do PSDB" baixado pelo TSE, é melhor não arriscar".

Fila da água
Marta Suplicy pediu ontem a Lúcio Alcântara (PSDB-CE), presidente da Comissão de Economia do Senado, ajuda para aprovar um empréstimo internacional para obras de combate a enchentes. Na semana passada, o senador ouviu o mesmo pedido de Geraldo Alckmin.

Cadeira vermelha
Aldo Rebelo (PC do B-SP) foi eleito ontem presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. A escolha de um comunista para o cargo gerou protestos da direita.

Dengue no ar
Sucessor de José Serra no Ministério da Saúde, Barjas Negri fará amanhã um pronunciamento em cadeia regional de rádio e TV no Rio de Janeiro.

Violência no campo
Agripino Lima (PTB), prefeito de Presidente Prudente (SP) que ameaçou "matar a tapas" o líder do MST José Rainha, foi ouvido no inquérito policial que apura uma chacina de posseiros ocorrida no início da semana na porteira de sua fazenda no município de Pedro Gomes (MS).

Ameaça e morte
A polícia tomou o depoimento de Lima, mas não o indiciou. A família assassinada -dois adultos e duas crianças- ocupava a fazenda do prefeito. Parentes denunciaram à imprensa que fazendeiros da região fizeram ameaças de despejo. O prefeito negou participação no crime.

TIROTEIO

De Roberto Requião (PMDB), sobre a crise PSDB-PFL:
- A Roseana Sarney é a "tigrona" e o PFL é a "tchutchuca" [gíria do funk para mulher meiga e submissa] do presidente Fernando Henrique.

CONTRAPONTO

Luva de pelica

O deputado federal paulista Ricardo Berzoini (PT) vivia queixando-se a seus colegas de bancada de que a maioria dos taxistas de SP é malufista.
- É impossível entrar num táxi sem ouvir elogios a Maluf - reclamava Berzoini.
Certo dia, ele pegou um táxi e descobriu que o motorista era petista. Empolgado, decidiu que chamaria o motorista toda vez que precisasse de um táxi em SP. No meio da polêmica tentativa de aliança entre o PT e o PL, o deputado quis saber a opinião do taxista petista:
- E aí, o que você acha da coligação com o PL?
- A grande vantagem é que aumenta nosso tempo de TV - respondeu o motorista.
- E você acha que isso é importante?
- É muito importante porque vamos precisar de bastante tempo para explicar essa coligação ao eleitor.


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