São Paulo, domingo, 07 de abril de 2002

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PAINEL

Chapa pura
Derrotado nas prévias do PT, o senador Eduardo Suplicy (SP) deverá ser o vice na chapa presidencial de Lula, caso o PT não obtenha o apoio do PL ou do PSB na sucessão de FHC.

Nomes da coligação
Na hipótese de uma coligação com o PSB, hoje muito improvável, Garotinho seria o vice preferido de Lula. Mas o governador não aceita de jeito nenhum. Ronaldo Lessa (AL) é o segundo da lista. No PL, o nome de Lula é o senador José Alencar.

Imagem regional
No PT, há quem defenda a senadora Marina Silva (AC) para a vice. Mulher, evangélica e de um Estado do Norte, poderia ser uma opção ao nome de Suplicy. Mas a cúpula do PT entende que o paulista tem mais visibilidade.

Pouca validade
Sarney (PMDB-AP) conversou com Quércia (SP) e prometeu votar a favor da tese da candidatura própria do partido na convenção. O grupo de Sarney tem 40 votos, pouco para enfrentar os governistas que querem a aliança com José Serra.

Campanha conjunta
Todos os comitês de José Serra em SP serão montados em conjunto com a campanha de Geraldo Alckmin. O presidenciável quer deixar claro quem é seu candidato no Estado, diferentemente do que fez FHC em 98, que deixou seu nome ser usado por Covas e por Maluf.

Linha cruzada
Garotinho (PSB) telefonou na quarta para FHC, que ligou de volta na quinta. Há duas versões para a conversa: segundo o PSB, o governador, que deixava o cargo, por educação, quis se despedir do presidente. Disse que não tinha nada contra a sua pessoa, apesar da divergência política.

Morde e assopra
Segundo os tucanos, o governador teria dito que não queria ser ingrato com FHC e agradeceu por tudo que o presidente fez pelo Rio. Horas depois, publicamente, deu entrevistas reclamando que o Rio de Janeiro é discriminado pela União.

Língua ferina
Definição de José Aníbal, presidente do PSDB, para a suposta atitude de Garotinho (PSB): "canalhice". O governador preferiu não responder ao tucano.

Investimento artificial
O Senado gastou R$ 350 mil sem licitação para implantar um sistema de atendimento informatizado na sua central telefônica. Um computador faz a leitura da pronúncia do nome do senador ou do setor da Casa procurados pelo usuário e, só então, transfere a chamada.

Dinheiro e tempo
A Secretaria Administrativa do Senado diz que o novo sistema será mais econômico do que o tradicional. Há dez anos não é feito concurso público para a contratação de telefonistas - o déficit seria de 50%. Detalhe: a ligação no modelo informatizado demora mais a ser completada.

O cangaceiro
Jaime Lerner (PFL) já está fazendo piada em torno de sua articulação para tentar ser o vice de José Serra. "Sou de Mossoró", tem repetido o governador do Paraná, brincando sobre o interesse do presidenciável tucano de ter um vice do Nordeste.

Força do hábito
Geraldo Brindeiro (Procuradoria Geral) está tão acostumado a "engavetar" que há três semanas mantém em algum escaninho de seu gabinete pedido de investigação contra um desafeto seu: o subprocurador José Roberto Santoro, que atuou no caso da empresa de Roseana.

Perda nas fileiras
O Conselho Superior do Ministério Público quer ouvir Santoro sobre suas supostas ligações com Serra. Brindeiro e Santoro não se dão, mas o procurador-geral não coloca o assunto em pauta. Segundo colegas, Brindeiro, indicado pelo PFL para o cargo, "tucanou".
TIROTEIO
De Jorge Bornhausen, presidente do PFL, sobre Jarbas Vasconcelos (PMDB) ter desistido de ser o vice na chapa de Serra:
- É sinal da fraqueza da candidatura Serra. Jarbas não quis trocar o certo [a eleição em Pernambuco" pelo duvidoso.

CONTRAPONTO

Técnica de governo

Pouco antes de deixar a Secretaria Geral da Presidência para voltar ao Congresso, Arthur Virgílio (PSDB-AM) foi chamado para uma audiência com FHC.
O presidente queria que Arthur falasse sobre seus planos políticos e fizesse um balanço do período em que esteve no governo. Arthur falou que não sabe se disputará o governo do AM, o Senado ou a Câmara. E listou os pontos positivos e negativos de sua passagem pelo governo.
O deputado disse que muitos políticos reclamavam que, nas audiências, FHC dizia que concordava com todos os pedidos que ouvia, mas depois não atendia a nenhum deles.
Resposta de FHC:
- É porque eles não conheceram Roosevelt [ex-presidente dos EUA". O "sim" dele significava apenas que ele estava entendendo a conversa, não que estava concordando com o interlocutor. Esse é o exemplo que sigo.



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