DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pela primeira vez, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), fez uma cobrança pública do acordo feito com o ministro José Dirceu (Casa Civil) para que o governo apoiasse seu plano de suceder o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a partir de fevereiro de 2005.
Essa cobrança seria o tema principal de um almoço que deveria acontecer hoje entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do PMDB. O presidente, porém, postergou o encontro, que deve ocorrer na semana que vem.
"A presidência [do Senado] não é uma obsessão, mas foi feito um acordo, e há testemunhas. Se é preciso lembrar a existência do acordo, é porque ele está capenga", afirmou Renan, preocupado com os sinais do Planalto a favor da reeleição de Sarney, o que, por sua vez, facilitaria a reeleição do presidente da Câmara, o petista João Paulo Cunha (SP).
Renan, Sarney e João Paulo foram fundamentais nas articulações para enterrar a CPI do caso Waldomiro Diniz no Congresso.
A cúpula do PMDB quer se encontrar com Lula porque duvida da autonomia do ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) para resolver esse assunto e outras reivindicações de peemedebistas por cargos e verbas.
Nos bastidores a cúpula peemedebista e o governo já falam em dar um terceiro ministério ao partido para acalmar Renan. (RAQUEL ULHÔA e KENNEDY ALENCAR)


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