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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
É sexy
Avança a histeria com os
"riscos políticos" de 2006
na América Latina.
A BBC, no programa "Newsnight" da rede original e ao longo da programação do canal de
notícias, abriu anteontem e vai
até domingo com a série "Inside
Latin America", concentrada no
"ano de eleições".
Não faltou nem debate virtual
entre o "falcão" Otto Reich e
Noam Chomsky. Mas as reportagens vão para todo lado, do cinema argentino à segurança pública venezuelana _e aqui e ali
se vêem Fernando Meirelles, cineasta, e Juninho Paulista, jogador do Palmeiras.
Na reportagem sobre o Brasil,
do correspondente em São Paulo, a série fechou o foco na
"preocupação" americana com
a "influência chinesa".
Ouviu desde o republicano
que dirige a comissão do Congresso para a região, que defendeu intervencionismo, até um
engenheiro da Embraer, entusiasmado com a fábrica que implantou na China.
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
O mais significativo, na BBC,
foi a entrevista com Tom Shannon, o moderado que substituiu
Reich como subsecretário de Estado para a região, no governo
Bush, e que vai viajar a Pequim
para tratar da região.
Ele questionou a "onda rosa"
que a BBC aponta para o "ano
de eleições" em países como Peru, México, Nicarágua:
_ Não vemos onda rosa, mas
o surgimento de democracias
que começam a encarar o desafio fundamental do ataque à exclusão social _de criar ambiente para as pessoas se sentirem
não só cidadãos políticos, mas
cidadãos econômicos.
Mais à frente:
_ O que importa não é esquerda ou direita. É o compromisso com a democracia e uma
prosperidade econômica que
seja mais justa. E o compromisso com a segurança do Estado
democrático.
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
O aparente otimismo do Departamento de Estado contrasta
com os alertas persistentes que
vêm sendo lançados pelo "Financial Times".
Ontem foi a vez do editor para
a América Latina, Richard Lapper, na longa análise "Por que os
investidores externos estão surdos para a marcha latino-americana dos populistas".
Registra temor com a troca de
ministros de finanças na Argentina e no Brasil. Também com a
recente reestatização argentina e
com "o apelo para diminuir os
controles de gastos" no ano eleitoral brasileiro.
Mas louva Lula e o Brasil, que
os banqueiros dizem estar a um
ano de subir para "grau de investimento" nas agências de de
risco. E diz que o mexicano López Obrador deve se revelar "como Mr. da Silva".
O problema maior, diz, é que
até os esquerdistas moderados
não avançam nas "reformas estruturais", o que pode trazer
problemas no futuro. Mas por
enquanto os investidores não se
abalam. Diz um deles, ouvido
pelo "FT" na reunião do BID,
em Belo Horizonte:
_ Todo mundo sente que tem
que estar aqui. É sexy.
CAIU NA REAL
Reprodução
![](../images/n0704200602.jpg) |
Logo da série da BBC sobre o "ano de eleições" na região |
Com as nuvens sobre a América Latina, "Wall Street
Journal" e "Economist" descobriram, com atraso, a autobiografia de FHC. Deram ontem resenhas elogiosas intituladas, respectivamente, "Um líder que caiu na real" e
"Brasil para iniciantes". Os louvores foram sobretudo à
conversão do "subversivo" ao mercado.
Já no Brasil, ontem também, a blogosfera caiu sobre a
entrevista que ele deu a Jô Soares. Fernando Rodrigues e
outros sublinharam o esforço de FHC em sugerir que a
compra de votos para a reeleição não partiu de seu governo, mas talvez de governadores ou prefeitos. Do humorista Tutty Vasques, no Noblog:
_ Fofo... FHC no programa do Jô confirma: o ex-presidente está virando um gagá charmosíssimo.
Em campanha 1
Como resumiu o blog de Josias
de Souza, "Alckmin sobe e Lula
bate". Em manchete no Google
Notícias, meio da tarde:
_ Lula ataca Alckmin e diz
que Brasil faz São Paulo crescer.
Nas submanchetes rotativas,
primeiro entrou Marta Suplicy,
candidata a governadora:
_ Marta ataca Serra ao comentar resultado de pesquisa.
Depois, José Serra, em Ribeirão Preto, mas sobre Brasília:
_ Para Serra, absolvição prejudica a democracia.
Em campanha 2
Já tem dias a especulação da
blogosfera brasiliense sobre as
pesquisas Datafolha, prevista
para o fim de semana, e CNT/
Sensus, para a terça-feira.
Na falta delas, a pesquisa Ibope/Setecesp, restrita a São Paulo,
saciou ontem parte da ansiedade eleitoral _e fez a festa de
blogs como o tucano E-Agora,
que depois da guerra civil de um
mês atrás voltou às mãos do moderado Eduardo Graeff.
Em seu destaque de ontem,
"Alckmin e Serra disparam".
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