São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2008

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"O que a gente faz é jornalismo", afirma diretora

DA REDAÇÃO

Diretora de jornalismo da TV Brasil, Helena Chagas nega interferências do Palácio do Planalto no conteúdo do telejornal "Repórter Brasil".
"Tudo o que está ali [no telejornal] é responsabilidade minha. Jaqueline [Paiva] não é interventora. Nós demos matérias sobre o dossiê todos os dias. Levo muita crítica por ser muito chapa-preta. Mas o que a gente faz não é chapa-preta nem branca. É jornalismo", diz. Helena afirma que a decisão de contratar Jaqueline foi dela. "A Jaqueline trabalhava comigo no SBT, está acostumada a trabalhar comigo."
A diretora diz que demitiu Luiz Lobo, principalmente, por "incompatibilidade" com a função de editor-chefe. Conta que ele, desde dezembro, se recusava a assinar contrato. A jornada prevista era de 30 horas semanais e ele só se dispunha a trabalhar das 16h às 22h.
"Não dá para ser editor-chefe de jornal entrando às 16h. É incompatível. Como Jaqueline é chefe de telejornais, portanto acima dele [Lobo], e como ele não comparecia, é claro que os textos passavam por ela", afirma.
Lobo contesta. Diz que chegava à TV Brasil às 10h30, saía às 13h30 e retornava às 16h. Apenas nas últimas semanas, quando a "pressão se tornou insuportável", é que passou a entrar às 16h, diz.
Helena confirma a cobrança da informação do fim da CPMF em reportagem sobre saúde pública. "Eu cheguei e falei que faltava um detalhe na matéria: faltam os R$ 30 bilhões da CPMF, em nome do bom jornalismo. Não foi um episódio político, mas um reparo jornalístico", diz.
A diretora também confirma a orientação para o uso de "suposto dossiê". "O tempo todo eu pedi "suposto dossiê." Acho que é mais correto do ponto de vista jornalístico."
Para Helena Chagas, Luiz Lobo resolveu acusar interferência no jornalismo da TV Brasil porque "está ressentido" por ter sido demitido.
Jaqueline Paiva também se defende da acusação de "interventora". "Sou uma mulher de televisão. O que mais gosto é de notícia", diz, lembrando seus dez anos de Record, um de Globo e um de SBT, além de um mestrado na UnB. "Tenho vida profissional em Brasília que me habilita para o cargo", afirma.
A jornalista nega que tenha assumido funções de editor-chefe. Diz que sua função era a de discutir com os editores o conteúdo do telejornal. "Jamais fechei um texto sem o editor junto."


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