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"O que a gente faz é jornalismo", afirma diretora
DA REDAÇÃO
Diretora de jornalismo da
TV Brasil, Helena Chagas nega interferências do Palácio
do Planalto no conteúdo do
telejornal "Repórter Brasil".
"Tudo o que está ali [no telejornal] é responsabilidade
minha. Jaqueline [Paiva] não
é interventora. Nós demos
matérias sobre o dossiê todos os dias. Levo muita crítica por ser muito chapa-preta. Mas o que a gente faz não
é chapa-preta nem branca. É
jornalismo", diz. Helena afirma que a decisão de contratar Jaqueline foi dela. "A Jaqueline trabalhava comigo
no SBT, está acostumada a
trabalhar comigo."
A diretora diz que demitiu
Luiz Lobo, principalmente,
por "incompatibilidade"
com a função de editor-chefe. Conta que ele, desde dezembro, se recusava a assinar contrato. A jornada prevista era de 30 horas semanais e ele só se dispunha a
trabalhar das 16h às 22h.
"Não dá para ser editor-chefe de jornal entrando às
16h. É incompatível. Como
Jaqueline é chefe de telejornais, portanto acima dele
[Lobo], e como ele não comparecia, é claro que os textos
passavam por ela", afirma.
Lobo contesta. Diz que
chegava à TV Brasil às 10h30,
saía às 13h30 e retornava às
16h. Apenas nas últimas semanas, quando a "pressão se
tornou insuportável", é que
passou a entrar às 16h, diz.
Helena confirma a cobrança da informação do fim da
CPMF em reportagem sobre
saúde pública. "Eu cheguei e
falei que faltava um detalhe
na matéria: faltam os R$ 30
bilhões da CPMF, em nome
do bom jornalismo. Não foi
um episódio político, mas
um reparo jornalístico", diz.
A diretora também confirma a orientação para o uso de
"suposto dossiê". "O tempo
todo eu pedi "suposto dossiê."
Acho que é mais correto do
ponto de vista jornalístico."
Para Helena Chagas, Luiz
Lobo resolveu acusar interferência no jornalismo da TV
Brasil porque "está ressentido" por ter sido demitido.
Jaqueline Paiva também
se defende da acusação de
"interventora". "Sou uma
mulher de televisão. O que
mais gosto é de notícia", diz,
lembrando seus dez anos de
Record, um de Globo e um de
SBT, além de um mestrado
na UnB. "Tenho vida profissional em Brasília que me habilita para o cargo", afirma.
A jornalista nega que tenha assumido funções de
editor-chefe. Diz que sua
função era a de discutir com
os editores o conteúdo do telejornal. "Jamais fechei um
texto sem o editor junto."
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