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PT prepara homenagem a Lula
e não deve aceitar afastamento
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
Em clima de solidariedade a Luiz
Inácio Lula da Silva, o Diretório
Nacional do PT começa a discutir
hoje a crise gerada pelo caso Cpem.
A reunião, em São Paulo, foi esvaziada porque a comissão de sindicância que investiga contratos
entre prefeituras petistas e a Cpem
ainda não concluiu seu trabalho.
Lula, devido às acusações de envolvimento no caso, pediu afastamento do diretório petista. Sua
carta comunicando a decisão será
lida, mas não deve ser aceita pelos
caciques petistas.
Aposta-se que não haverá polêmica na reunião. Está previsto até
um ato de desagravo a Lula, que foi
citado pelo economista Paulo de
Tarso Venceslau como envolvido
em esquema que supostamente facilitaria a contratação da Cpem
por prefeituras petistas, via Roberto Teixeira, amigo do petista.
Até ontem à noite, Lula não havia confirmado se estará na reunião. O líder da bancada do PT na
Câmara, José Machado (SP), falou
com Lula pelo telefone e terminou
a conversa sem a certeza da presença do interlocutor no encontro
da cúpula.
Deprimido, nos últimos dias Lula tem recebido a visita de solidariedade de petistas em seu escritório e em sua casa, em São Bernardo
do Campo. O partido já agendou
outros atos de desagravo para a
próxima semana.
Na terça-feira, Lula será homenageado por sindicalistas da região
do ABCD paulista. No dia seguinte, será a vez de a bancada do PT na
Câmara promover outro ato de desagravo, em jantar em Brasília.
Pont
O prefeito de Porto Alegre, Raul
Pont, declarou-se ontem contra
uma das condições estabelecidas
por Lula, antes do escândalo
Cpem, para eventualmente aceitar
uma terceira candidatura presidencial: aumentar o arco de alianças do partido.
Comandante da mais importante prefeitura petista do país, Pont
foi categórico: "Ampliar alianças
significa abrir uma guerra no partido", disse. Pont é um dos líderes
do setor de "esquerda" do PT.
Embora defendesse a aliança
com o PDT, Pont foi cético também sobre a chance de seu partido
aceitar apoiar o brizolismo no Rio,
como quer o PDT, em troca do
aval ao PT na disputa presidencial
e na eleição gaúcha.
"Venda casada é braba", declarou o prefeito petista.
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