São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT prepara homenagem a Lula e não deve aceitar afastamento

CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

Em clima de solidariedade a Luiz Inácio Lula da Silva, o Diretório Nacional do PT começa a discutir hoje a crise gerada pelo caso Cpem.
A reunião, em São Paulo, foi esvaziada porque a comissão de sindicância que investiga contratos entre prefeituras petistas e a Cpem ainda não concluiu seu trabalho.
Lula, devido às acusações de envolvimento no caso, pediu afastamento do diretório petista. Sua carta comunicando a decisão será lida, mas não deve ser aceita pelos caciques petistas.
Aposta-se que não haverá polêmica na reunião. Está previsto até um ato de desagravo a Lula, que foi citado pelo economista Paulo de Tarso Venceslau como envolvido em esquema que supostamente facilitaria a contratação da Cpem por prefeituras petistas, via Roberto Teixeira, amigo do petista.
Até ontem à noite, Lula não havia confirmado se estará na reunião. O líder da bancada do PT na Câmara, José Machado (SP), falou com Lula pelo telefone e terminou a conversa sem a certeza da presença do interlocutor no encontro da cúpula.
Deprimido, nos últimos dias Lula tem recebido a visita de solidariedade de petistas em seu escritório e em sua casa, em São Bernardo do Campo. O partido já agendou outros atos de desagravo para a próxima semana.
Na terça-feira, Lula será homenageado por sindicalistas da região do ABCD paulista. No dia seguinte, será a vez de a bancada do PT na Câmara promover outro ato de desagravo, em jantar em Brasília.
Pont
O prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, declarou-se ontem contra uma das condições estabelecidas por Lula, antes do escândalo Cpem, para eventualmente aceitar uma terceira candidatura presidencial: aumentar o arco de alianças do partido.
Comandante da mais importante prefeitura petista do país, Pont foi categórico: "Ampliar alianças significa abrir uma guerra no partido", disse. Pont é um dos líderes do setor de "esquerda" do PT.
Embora defendesse a aliança com o PDT, Pont foi cético também sobre a chance de seu partido aceitar apoiar o brizolismo no Rio, como quer o PDT, em troca do aval ao PT na disputa presidencial e na eleição gaúcha.
"Venda casada é braba", declarou o prefeito petista.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.