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Petista descarta mínimo de R$ 500
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desconsiderou as
teses petistas no Congresso e não
se comprometeu, diante de uma
platéia de aposentados, a aumentar o salário mínimo acima de R$
400 ou R$ 500, caso seja eleito.
Ao lado do deputado Paulo
Paim (PT-RS), principal defensor
no Congresso de um aumento do
salário mínimo substancial e imediato, Lula afirmou que não vai
"vender ilusões", repetindo um
argumento usado pelo governo
nas discussões sobre reajuste do
mínimo. Neste ano, o mínimo teve um reajuste de 11,11%, passando de R$ 180 para R$ 200.
"A Previdência Social não é apenas uma questão de dizer: vamos
aumentar o salário mínimo para
R$ 400, R$ 500 em uma canetada.
Até porque seria mentiroso da
minha parte. Nem vocês acreditariam que seria possível fazer isso.
Eu não quero a essa altura da minha vida vender ilusão", disse.
Uma das 21 reivindicações dos
aposentados é a "fixação de um
salário mínimo em R$ 350 e garantia de aumentos posteriores de
forma a alcançar, no mais breve
tempo," o valor que atenda às necessidades básicas definidas na
Constituição. Lula disse que não
se comprometeria com as reivindicações. Prometeu estudar todas
e disse que no dia 30 apresentaria
seu programa. Em seu discurso,
defendeu maior poder aquisitivo
para o mínimo e atribuiu o déficit
da Previdência à corrupção.
"É possível dobrar o poder
aquisitivo do salário mínimo na
medida em que você convença
empresários, prefeitos e governadores que R$ 50 a mais no bolso
do aposentado não significa custo, mas sim renda, porque esse dinheiro volta para o mercado no
mesmo dia. O que quebra a Previdência, as prefeituras, é o processo de corrupção deste país que
não pára", afirmou Lula.
Lula passou o dia em Brasília.
Depois de participar de encontro
promovido pela Confederação
Brasileira de Aposentados e Pensionistas e pelo Movimento Nacional dos Servidores Aposentados e Pensionistas, Lula foi ao plenário da Câmara, onde se discutia
a redução da idade penal, e foi ao
seminário do PT sobre combate
ao racismo. À tarde debateu com
pastores da Assembléia de Deus
(leia mais na pág. A6).
Lula declarou que quer o apoio
do governador de Minas Gerais,
Itamar Franco (PMDB): "Itamar é
governador do segundo Estado
em importância eleitoral e econômica do Brasil. Está bem nas pesquisas de opinião pública e, se me
apoiar, será um ganho extraordinário". Disse que continuará conversando com o PL e com setores
do PMDB: "Há espaço para fazer
política neste país e não permitir
que haja o rolo compressor que
houve contra nós por duas vezes".
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