São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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Petista descarta mínimo de R$ 500

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desconsiderou as teses petistas no Congresso e não se comprometeu, diante de uma platéia de aposentados, a aumentar o salário mínimo acima de R$ 400 ou R$ 500, caso seja eleito.
Ao lado do deputado Paulo Paim (PT-RS), principal defensor no Congresso de um aumento do salário mínimo substancial e imediato, Lula afirmou que não vai "vender ilusões", repetindo um argumento usado pelo governo nas discussões sobre reajuste do mínimo. Neste ano, o mínimo teve um reajuste de 11,11%, passando de R$ 180 para R$ 200.
"A Previdência Social não é apenas uma questão de dizer: vamos aumentar o salário mínimo para R$ 400, R$ 500 em uma canetada. Até porque seria mentiroso da minha parte. Nem vocês acreditariam que seria possível fazer isso. Eu não quero a essa altura da minha vida vender ilusão", disse.
Uma das 21 reivindicações dos aposentados é a "fixação de um salário mínimo em R$ 350 e garantia de aumentos posteriores de forma a alcançar, no mais breve tempo," o valor que atenda às necessidades básicas definidas na Constituição. Lula disse que não se comprometeria com as reivindicações. Prometeu estudar todas e disse que no dia 30 apresentaria seu programa. Em seu discurso, defendeu maior poder aquisitivo para o mínimo e atribuiu o déficit da Previdência à corrupção.
"É possível dobrar o poder aquisitivo do salário mínimo na medida em que você convença empresários, prefeitos e governadores que R$ 50 a mais no bolso do aposentado não significa custo, mas sim renda, porque esse dinheiro volta para o mercado no mesmo dia. O que quebra a Previdência, as prefeituras, é o processo de corrupção deste país que não pára", afirmou Lula.
Lula passou o dia em Brasília. Depois de participar de encontro promovido pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas e pelo Movimento Nacional dos Servidores Aposentados e Pensionistas, Lula foi ao plenário da Câmara, onde se discutia a redução da idade penal, e foi ao seminário do PT sobre combate ao racismo. À tarde debateu com pastores da Assembléia de Deus (leia mais na pág. A6).
Lula declarou que quer o apoio do governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB): "Itamar é governador do segundo Estado em importância eleitoral e econômica do Brasil. Está bem nas pesquisas de opinião pública e, se me apoiar, será um ganho extraordinário". Disse que continuará conversando com o PL e com setores do PMDB: "Há espaço para fazer política neste país e não permitir que haja o rolo compressor que houve contra nós por duas vezes".


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