São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

PFL decide que filiado apóia quem quiser

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os 3,5 milhões de filiados do PFL espalhados pelo país estão autorizados pela Comissão Executiva Nacional do partido a apoiar individualmente o candidato à Presidência de sua preferência, independentemente da coligação que o respectivo diretório fizer para as eleições estaduais.
"Liberou geral", definiu o presidente nacional do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), após reunião em que a Executiva também homologou a decisão de o partido não lançar candidato próprio a presidente nem participar de nenhuma coligação para as eleições presidenciais deste ano.
Dessa forma, os diretórios estaduais ficam livres para fazer diferentes coligações, segundo conveniências locais. Se formalizasse apoio a um dos presidenciáveis, as alianças estaduais ficariam restritas ao acordo nacional, por causa da verticalização imposta pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O objetivo do PFL é eleger o maior número de governadores, deputados e senadores. A Executiva decidiu estimular o lançamento de candidaturas próprias aos governos estaduais e manter internamente a candidatura nata -o direito de os atuais detentores de mandatos de deputado e senador disputarem a reeleição, derrubado pelo TSE.
Segundo Bornhausen, a resolução garantindo ""plena liberdade" a cada filiado para apoiar qualquer presidenciável dificulta a previsão sobre quem terá mais votos pefelistas, se José Serra (PSDB) ou Ciro Gomes (PPS).
Levantamento da Executiva havia apontado a tendência de 16 diretórios estaduais apoiarem Ciro e 11, Serra. Agora, eles têm de disputar a preferência dos 3,5 milhões de filiados, candidatos a mandato eletivo ou não. "A matemática do partido mudou. Em vez dos 27 diretórios estaduais, ela passa a ser o número de filiados", afirmou Bornhausen.
A medida é "preventiva", segundo o secretário-executivo do PFL, Saulo Queiroz, para evitar que diretórios imponham aos filiados um candidato a presidente.
O "liberou geral" não agradou a todos. Pelo menos o diretório do PFL no Rio, que se uniu ao PSDB e ao PMDB em coligação para eleger Solange Amaral (PFL) governadora, pretende exigir dos filiados apoio a Serra. Os pefelistas que aderirem a outra candidatura presidencial serão vetados nos programas eleitorais da TV. ""O candidato que não seguir a orientação de cima a baixo não aparecerá na televisão", disse o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ).



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