ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Anthony Garotinho (PSB) perdeu um de seus palanques de maior repercussão na cidade do Rio de Janeiro: o programa de duas horas de duração que comandava aos sábados na Rádio Tupi, segunda em audiência na capital.
O contrato foi rompido, por decisão da Rádio Tupi, na quarta-feira da semana passada. O programa ""Show do Garotinho" já não foi ao ar no último fim de semana. A rádio pertence ao grupo Associados.
O diretor-geral da Tupi, Alfredo Raimundo Filho, disse que o contrato foi cancelado porque Garotinho vinha usando o espaço para fazer campanha e atacar a governadora Benedita da Silva, do PT.
O programa começou em abril, logo após Garotinho ter se afastado do governo para concorrer à eleição presidencial. Em dois meses, o presidente regional do PT, Gilberto Palmares, obteve direito de resposta por três vezes, com base na Lei de Imprensa. O terceiro direito de resposta ocupou 30 minutos do programa.
Garotinho nega que seu contrato tenha sido cancelado por iniciativa própria da direção da rádio. ""O que levou a Rádio Tupi a suspender o contrato foi uma forte pressão da governadora para calar minha voz, em função do desgoverno que ela realiza e que eu vinha denunciando", acusou o pré-candidato.
Nos bastidores, a equipe de Garotinho relaciona o rompimento do contrato à verba publicitária da empresa de loteria estatal, a Loterj. A estatal está entre os dez maiores anunciantes do Estado.
Há pelo menos 16 anos a Loterj é forte anunciante da Tupi. No governo Garotinho, gastava cerca de R$ 100 mil por mês com anúncios na emissora.
Uma das primeiras medidas tomadas por Benedita da Silva, ao assumir o governo, em abril, foi suspender os gastos com publicidade. A medida atingiu também a Loterj. Em maio, a empresa retomou as campanhas publicitárias, mas com verba menor. A verba da Tupi caiu para R$ 70 mil.
O presidente regional do PT e a direção da Tupi negam que tenha havido pressão econômica para o cancelamento do programa de Garotinho.



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