|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JANIO DE FREITAS
Jogo pesado
Embora por linhas convictamente tortas, reconsidero a recusa à declaração de Armínio
Fraga, presidente do Banco Central, atribuindo a turbulência repentina do mercado financeiro e
do dólar às eleições, e não à mudança de regras que trouxe prejuízo aos possuidores de economias em fundos investimento.
A modificação que causa o saque nos fundos e a corrida para o
dólar, com a consequência desvalorização do real, foi aplicada
agora pelo Banco Central em antecipação à data estabelecida.
Que data era? Setembro. Bem em
cima da eleição.
Toda a turbulência que está
movendo grande parte da opinião pública contra o governo
ocorreria, portanto, já na última
etapa da campanha eleitoral.
Prejudicaria a candidatura de
Luiz Inácio Lula da Silva, ou de
Ciro Gomes, ou de Garotinho, talvez do doutor Enéas? Ou o prejudicado único e certo seria um outro candidato a presidente?
Não importa o que Armínio
Fraga quis dizer. A relação entre
a medida antecipada pelo governo, a forte febre que está causando e as eleições é evidente.
Correligionários
A abertura de processo de cassação que se voltava contra o deputado e cartola vascaíno Eurico
Miranda deveria voltar-se, agora,
contra a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
É imensa imoralidade a decisão
da Mesa (o presidente da Câmara, Aécio Neves, estava mineiramente fora) de arquivar um processo que inclui provas documentais e testemunhais de remessa
ilegal de dinheiro para o exterior,
apropriação indébita de dinheiro
do Vasco e uso de meio milhão do
clube para a campanha pessoal a
deputado em 98.
O arquivamento foi puxado pelo ex-corregedor da Câmara Severino Cavalcanti e pelo atual vice-presidente, Efraim Novaes. Na
Mesa da Câmara, a abertura do
processo só teve dois votos.
Fala-se em força-tarefa policial
contra as favelas. Por que só contra as favelas?
Texto Anterior: PSDB e PMDB fazem "arrastão" para assegurar aliança Próximo Texto: No Ar - Nelson de Sá: Lula e o prisioneiro Índice
|