UOL

São Paulo, sábado, 07 de junho de 2003

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Defesa antiaérea
O Planalto iniciou uma operação para tentar esvaziar o "grupo dos 30". Governadores, ministros e prefeitos foram acionados a convencer petistas que subscreveram o manifesto "crescimento já" a parar de atacar a política econômica de Lula.

Calcanhar-de-aquiles
O argumento usado nas conversas com o "grupo dos 30" é o habitual: quem continuar a atacar a política econômica e as reformas de Lula perderá os cargos que indicou na sua base. Ontem, por exemplo, o petista Zico Bronzeado (AC) disse estar "revendo" sua posição no grupo.

Cortar pela raiz
O Planalto quer evitar que o "grupo dos 30" passe a votar em bloco no Congresso e organize outras manifestações públicas contra o governo. Walter Pinheiro e Chico Alencar são apontados como os "principais mentores da rebelião" pelo governo, que tentará isolá-los.

Mea-culpa?
Do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), ex-ministro de FHC, sobre a negociação para a entrada de seu partido na base do governo: "O PMDB não pode repetir com o Lula a relação de chantagem que teve com o governo FHC".

Operação abafa
José Dirceu (Casa Civil) deverá se reunir na segunda com líderes aliados para decidir o que fazer com a CPI do Banestado, considerada de potencial explosivo. João Paulo (Câmara) já avisou que não vai declará-la inconstitucional. Teme ficar com a fama de "engavetador de CPI".

Olhos vendados
Líderes aliados trabalham com duas hipóteses: não indicar ninguém para a CPI ou escolher deputados "de confiança" para integrar a investigação. Teme-se que as denúncias de uso do banco para lavagem de dinheiro atinja políticos, o que atrapalharia a aprovação das reformas.

Rapidez e eficiência
Depois de um atraso de mais de dois meses, o governo federal repassou anteontem -mas para a conta errada- a verba destinada à ONG responsável pela saúde de 20 mil índios no Amazonas. O erro já foi reparado.

Amigo da onça
Roberto Freire (PPS-PE) ocupará na próxima semana a tribuna da Câmara para reclamar da cooptação que o PT tem promovido em siglas aliadas. O estopim da revolta foi o convite feito a Raul Filho (PPS-TO), candidato a prefeito de Palmas , para que se filie ao petismo.

Medo de contaminação
Governadores do PMDB tentam retirar Joaquim Roriz (DF) do programa de TV do partido, a ser exibido na semana que vem. Ameaçado de cassação, Roriz já gravou sua fala.

Outra leitura
Walter Feldman (PSDB) escreveu carta a José Alencar solicitando uma audiência. Quer se inscrever na "cruzada contra os juros". Mas diz que diverge em um ponto do vice: "são os políticos, e não os técnicos, que estão impedindo a redução dos juros. Condições técnicas já existem".

Apoio à ditadura
A Liga Bolchevique Internacionalista, que fez coro às vaias a Lula no congresso da CUT, defendeu em seu jornal, "Luta Operária", o fuzilamento de dissidentes cubanos.

Teoria da conspiração
No mesmo "Luta Operária", a liga responsabiliza a CIA pela epidemia de Sars na China. Diz que "o plano macabro" teria como objetivo desestabilizar o Estado operário chinês com uma guerra bacteriológica.

Caça aos devedores
Prefeituras da região metropolitana de SP estão discutindo a criação de um banco de dados único para facilitar a localização de devedores da dívida ativa dessas administrações.

TIROTEIO

Do governador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), que já ocupou o cargo de vice, sobre a polêmica entre José Alencar e Lula por causa dos juros:
- Ser vice é a função mais difícil para um político. Você não pode ser omisso, mas também não pode atrapalhar.

CONTRAPONTO

Mundo pequeno

Os líderes dos partidos no Senado se reuniram na semana passada para discutir a medida provisória sobre o refinanciamento das dívidas dos agricultores com os bancos federais.
No meio da reunião, um técnico do Ministério da Agricultura passou a explicar a posição do governo sobre o assunto.
Assim que ouviu a voz do expositor, Arthur Virgílio (PSDB-AM) falou baixinho:
- Essa voz eu já conheço. Já ouvi esses argumentos...
De repente, começou a rir, lembrando-se de quem era o sujeito. Pegou uma caneta e mandou um bilhete ao líder do governo, Aloizio Mercadante (PT):
- Esse técnico que está assessorando vocês é o mesmo que me auxiliava quando eu era líder do governo FHC. Realmente, nada mudou...
Ao ler o bilhete, Mercadante caiu na gargalhada, interrompendo a reunião.


Próximo Texto: Vice-problema: Alencar se diz "afinado" com Palocci, mas depois ataca BC
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.