São Paulo, quarta-feira, 07 de junho de 2006

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Toda Mídia

@ - Nelson de Sá

Os baderneiros

Sites, rádios e televisões, todos correram a Aldo Rebelo após a invasão. No plantão da Globo:
- Os manifestantes do MLST pressionaram para ser atendidos, queriam entregar uma carta, mas Rebelo de imediato condenou a violência e ordenou aos seguranças que tirassem todos do prédio.
Fez mais, na manchete da Folha Online, "Presidente da Câmara manda prender líderes", e depois, na escalada dos telejornais, como no SBT, "O presidente da Câmara manda prender os baderneiros".
Na Jovem Pan, depois das prisões, ACM surgiu com o outro lado. Disse que Rebelo "agiu com covardia" e deixou o Congresso "à mercê dos anarquistas".

No Congresso, segundo o Globo Online, a pressão foi por "tropa de choque".
Na TV Câmara, fim de tarde, José Múcio perguntava, "se virar moda, que segurança vamos ter?". Ronaldo Caiado bradava que "o MLST é braço do PCC". E Luciana Genro:
- O verdadeiro alvo da fúria, da raiva dos movimentos sociais deveria ser o Palácio do Planalto e não a Câmara.
 
A blogosfera brasiliense cobriu em tempo real, direto do Salão Verde. No blog de Ricardo Noblat, mais Aldo Rebelo:
- Tão logo os sem-terra invadiram, um grupo de deputados do PSOL procurou Rebelo. Queriam que recebesse Bruno Maranhão, líder do MLST e membro da Executiva do PT. Aldo foi até a ante-sala e disse a Maranhão: "Não o receberei, vocês serão presos". "Foi um mal-entendido", lamentou-se Maranhão.
De Fernando Rodrigues:
- Acabo de chegar do Congresso. Assisti a uma parte razoável da invasão. Quando a coisa começou a se acalmar, já no gramado, fiz uma pergunta a Maranhão: "Você é da direção do PT?" "Sou. E vou ligar para o Berzoini agora", respondeu, acionando seu telefone. Pouco depois, foi preso.
E de Josias de Souza:
- Maranhão já foi recebido pelo próprio Lula, fato que levou Geraldo Alckmin a responsabilizar o presidente pela baderna... Num esforço para se dissociarem da baderna do MLST, o governo e o PT reagiram por notas oficiais. Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara, defendeu a expulsão de Bruno Maranhão.

PLANTÃO

Reprodução

Record(acima), Globo, Band e outras fizeram entradas ao vivo da Câmara nos intervalos, com as imagens das agressões e da ocupação do Salão Verde

ENCOSTA E PASSA
Antes da invasão, os destaques nos sites eram para o Ibope, com diferentes enunciados. Na Globo.com, "Lula encosta em Alckmin em São Paulo". Na Folha Online, "Lula empata com Alckmin no Estado de São Paulo".
No site de "O Estado de S.Paulo", "Lula passa Alckmin em São Paulo pela primeira vez". No iG, "Lula bate Alckmin em São Paulo".

GOSTO DE CHINA
Na Folha Online, a coluna de Gilberto Dimenstein procurou então quebrar "o código de Lula" e constatou:
- O mistério se desfaz a partir de contas avalizadas por Luiz Mendonça de Barros, consultor de Alckmin. Os números mostram, com nitidez, que a combinação de distribuição de renda com crescimento tem levado a população mais pobre a experimentar um gosto de China.
Em suma, "não é por ser nordestino, viver no palanque e falar a linguagem do povo":
- Os mais pobres estão dizendo que sua vida melhorou.

TRÊS REFEIÇÕES
No Globo Online, o blog de Helena Chagas concorda:
- De onde vem a popularidade de Lula? Em pesquisa da Universidade Federal Fluminense com pessoas atendidas pelo Bolsa-Família, nos 27 Estados, uma das principais constatações é que 94,2% das crianças estão fazendo ao menos três refeições diárias.
Encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pesquisa vai direto para a propaganda de Lula.

NA CLASSE C
Tem mais. Na manchete do jornal "Valor Econômico", voltado a empresários, "Computador popular chega à classe C e vendas disparam".
Abrindo a reportagem, "a classe C, que já tem celular, está comprando agora o seu primeiro computador". Por exemplo, "nas Casas Bahia, o número de peças vendidas no primeiro quadrimestre cresceu mais de 200%".
De quebra, "outro efeito positivo: a redução do mercado cinza, dos computadores com peças contrabandeadas".

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