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CONTAS PÚBLICAS
Passa projeto
sobre exigência
de licitações
da Sucursal de Brasília
O CMN (Conselho Monetário
Nacional) baixou na sexta-feira
duas medidas que reduzem a margem de endividamento de Estados
e municípios, com objetivo de
conter o déficit público.
Uma das medidas, na prática,
vai reduzir entre R$ 500 milhões e
R$ 550 milhões a possibilidade de
endividamento de Estados e de
municípios com operações de
ARO (Antecipação de Receita Orçamentária).
Outra medida proíbe fundos de
pensão e de investimento, seguradoras e empresas de capitalização
de comprar debêntures (espécie
de título de empresas) emitidos
por companhias estatais municipais, estaduais e federais.
Com a redução da possibilidade
de endividamento, a equipe econômica procura conter o déficit
público.
Os governos só conseguem gastar mais do que arrecadam quando obtêm financiamento.
ARO
Operações de ARO são empréstimos de curto prazo que os governos tomam nos bancos oferecendo como garantia a receita orçamentária futura.
Até ontem, esses empréstimos
estavam limitados a R$ 1,3 bilhão
Äou seja, o total das operações
mantidas pelos bancos.
Quando os bancos superam essa
margem, são obrigados a fazer depósitos em dinheiro no BC, sem
receber nenhuma remuneração.
Dentro desse limite, entretanto,
o Banco Central identificou uma
série de operações que, embora tenham originalmente sido contratadas como ARO, haviam se transformado em outras modalidades
de empréstimos.
Na maioria dos casos, essas operações são dívidas em ARO que
venceram e, como não foram pagas por Estados e municípios, acabaram sendo renegociadas pelos
bancos.
Na prática, essas dívidas acabavam inflando o volume de operações de ARO e abrindo a possibilidade para que, no futuro, os bancos concedessem novos empréstimos, assim que as dívidas atuais
fossem pagas.
Debêntures
Com a proibição de compra de
debêntures pelos fundos, o BC espera fechar uma torneira aberta
pelos Estados para aumentar o endividamento.
Atualmente, as compras desses
papéis pelos bancos já estão limitadas. Mas as empresas estatais estavam fazendo a colocação dos papéis diretamente nos fundos.
De janeiro a maio, o Banco Central identificou autorizações para a
colocação de R$ 2,1 bilhões em debêntures.
Segundo o chefe do Departamento da Dívida Pública do BC,
Pedro Alvim, o Estado de São Paulo é o principal responsável por esse volume.
Segundo ele, a CPA (Companhia
Paulista de Ativos), uma estatal do
governo do Estado, obteve autorização para vender um total de R$ 2
bilhões em debêntures.
Segundo Alvim, a medida não
terá efeito para reverter as vendas
de papéis já feitas.
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