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Ampliação de recursos é desafio para Saraiva
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Saúde, o petista
Humberto Costa, deixa para seu
sucessor, o deputado José Saraiva
Felipe (PMDB-MG), a regulamentação da emenda 29, que vincula recursos para a Saúde, justamente no momento em que está
em discussão no governo uma
proposta para reduzir os gastos
obrigatórios.
Costa também deixou alguns de
seus principais projetos para serem finalizados. Entre eles a Lei de
Responsabilidade Sanitária, cujo
texto está pronto, mas em consulta pública, o projeto de subvenção
para medicamentos em farmácias
particulares, em tramitação no
Congresso, e a consolidação do
Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência e do Farmácia Popular.
Criticado no início do ano pela
falta de AZT -medicamento para pacientes com Aids- em alguns Estados, Costa deixa amanhã o ministério após definir o
que pode ser uma de suas principais marcas na pasta: a quebra da
patente do remédio Kaletra.
Termina hoje o prazo para o laboratório Abbott, fabricante do
produto, também destinado ao
tratamento da Aids, aceitar a redução do preço da unidade de
US$ 1,17 para US$ 0,68 (R$ 2,80 e
R$ 1,62, respectivamente).
Caso a empresa não concorde
com a medida, o governo vai declarar de interesse público o remédio. Com isso, o país poderá
copiar o medicamento para distribui-lo na rede pública pagando
royalties à empresa.
O Brasil será o primeiro no
mundo a quebrar a patente de um
medicamento para Aids (anti-retroviral), segundo o ministério.
Técnicos ainda negociavam ontem com representantes da empresa enquanto Humberto Costa
reunia secretários, diretores e funcionários no auditório do ministério, em Brasília, para anunciar
oficialmente sua saída da pasta.
O ministro anunciou que será
substituído por Saraiva Felipe e
pediu a colaboração na transição.
Secretários começaram ontem
mesmo a preparar relatórios com
informações dos projetos em andamento, dificuldades e emergências a serem resolvidas.
Em seu rápido discurso, Humberto Costa disse que, em sua
conversa com Lula, o presidente
reiterou o compromisso do governo com a consolidação do SUS
(Sistema Único de Saúde). Segundo relato de assessores, o clima
era de "dever cumprido".
Diálogo
Entre parlamentares e gestores
de saúde, Humberto Costa era
criticado pela falta de diálogo.
Outra crítica era a troca de secretários e diretores de área. Em
alguns casos, como o da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, chegou a ter
três titulares em um curto espaço
de tempo.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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