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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Partido articula adesões a Lula pelo país
Ala governista peemedebista negocia apoio de até 21 diretórios à reeleição, de olho em um eventual segundo mandato
Lideranças do partido desistiram de candidaturas nos Estados para facilitar alianças do PT e devem cobrar fatura em 2007
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os caciques da ala governista
do PMDB articulam o apoio de
até 21 diretórios regionais da
legenda à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O apoio informal, batizado de
"Movimento Pró-Lula", já foi
discutido com o presidente.
Lula pediu que o assunto só
viesse à tona depois da formalização de sua candidatura. O engajamento explícito da maioria
do PMDB na campanha é uma
aposta de poder do partido que,
num eventual segundo mandato, quer participação especial.
Na segunda-feira, o presidente receberá os emissários
do PMDB na Granja do Torto
para um jantar. O presidente do
Senado, Renan Calheiros, os
senadores José Sarney (AP) e
Ney Suassuna (PB), além dos
deputados Eunício Oliveira
(CE) e Jader Barbalho (PA),
avisarão a Lula do engajamento
dos diretórios na campanha.
Sarney é o mais otimista:
acha que a adesão a Lula pode
chegar aos 21 diretórios. Os
mais realistas acreditam que
trabalharão efetivamente pela
eleição de Lula de 16 a 18 diretórios. Ontem, Sarney mapeou
os apoios a Lula nos diretórios.
Mesmo nos Estados em que o
PMDB rompeu com o PT, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a ala governista da legenda acha que parte dos peemedebistas apoiará Lula.
O presidente nacional do
PMDB, Michel Temer, já soube
informalmente da articulação
governista, mas não pretende
barrar movimentações dos diretórios. O PMDB optou por
não lançar candidato próprio à
Presidência da República.
No encontro com a cúpula
governista do PMDB, Lula deve
solicitar que o partido indique
um representante para discutir
o programa de governo.
Segundo o ex-ministro Eunício Oliveira, os diretórios ainda
não definiram como formalizarão o apoio. Uma possibilidade
é que seja feito um documento
em que o PMDB sinalize com
pontos e ações prioritários de
um eventual segundo mandato.
Seria uma forma de começar
a interferir na formulação do
programa de governo. "É um
embrião para o segundo mandato", admite Eunício Oliveira.
"Será um movimento oficioso
de apoio", explicou Suassuna.
Eunício Oliveira deixou de
disputar o Senado no Ceará para facilitar a composição PT-PSB-PC do B-PMDB. "Minha
saída da campanha ao Senado
foi em função da campanha de
Lula", afirma Oliveira. O candidato ao Senado será Ignácio Arruda (PC do B). No Pará, Jader
Barbalho também evitou um
vôo ambicioso ao governo. O
PMDB terá candidato ao governo, mas num segundo turno
poderá fazer aliança com o PT.
A fatura dos apoios peemedebistas Lula conhecerá em 2007,
se vencer a eleição.
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