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RUMO A 98
Para deputado, governo federal quer obstruir campanha de oposição
Relator critica proposta do
PFL para nova lei eleitoral
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
O relator da
nova lei eleitoral, deputado
Carlos Apolinário (PMDB-SP),
classificou de
"casuístico" o
substitutivo do
PFL que reduz a campanha eleitoral de 90 para 60 dias e permite ao
presidente participar de inauguração de obras públicas durante
campanha.
O substitutivo do PFL também
reduz o espaço diário dos partidos
no horário eleitoral gratuito. Pela
nova fórmula, a coligação de Luiz
Inácio Lula da Silva em 1994 teria
apenas 1min43s em cada bloco
(um à tarde e outro à noite). FHC e
seus aliados de 94 teriam 7min33s.
"Seria mais fácil fazer um projeto de prorrogação de mandato.
Por essa fórmula, o Lula vai poder
dizer apenas 'meu nome é Lula'.
Não querem deixar a oposição fazer campanha", disse Apolinário.
O relator foi questionado pelo
deputado Jovair Arantes
(PSDB-GO) sobre a proposta do
PFL de forçar as coligações a usar
números diferentes daqueles utilizados pelos partidos.
Assim, FHC não poderia usar o
número do PSDB (45).
"Do jeito que vai, o Fernando
Henrique poderia usar o número
171 (que tipifica o estelionato no
Código Penal)", comentou Apolinário. Mais tarde, disse que estava
brincando, mas acrescentou: "Poderia ser também o número 69".
Apolinário afirmou que o substitutivo apresentado por Saulo
Queiroz (PFL-MS) foi encomendado pelo Palácio do Planalto.
A nova lei eleitoral teve sua votação adiada para a semana que vem.
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