São Paulo, quinta, 7 de agosto de 1997.



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RUMO A 98
Para deputado, governo federal quer obstruir campanha de oposição
Relator critica proposta do PFL para nova lei eleitoral

LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília


O relator da nova lei eleitoral, deputado Carlos Apolinário (PMDB-SP), classificou de "casuístico" o substitutivo do PFL que reduz a campanha eleitoral de 90 para 60 dias e permite ao presidente participar de inauguração de obras públicas durante campanha.
O substitutivo do PFL também reduz o espaço diário dos partidos no horário eleitoral gratuito. Pela nova fórmula, a coligação de Luiz Inácio Lula da Silva em 1994 teria apenas 1min43s em cada bloco (um à tarde e outro à noite). FHC e seus aliados de 94 teriam 7min33s.
"Seria mais fácil fazer um projeto de prorrogação de mandato. Por essa fórmula, o Lula vai poder dizer apenas 'meu nome é Lula'. Não querem deixar a oposição fazer campanha", disse Apolinário.
O relator foi questionado pelo deputado Jovair Arantes (PSDB-GO) sobre a proposta do PFL de forçar as coligações a usar números diferentes daqueles utilizados pelos partidos.
Assim, FHC não poderia usar o número do PSDB (45).
"Do jeito que vai, o Fernando Henrique poderia usar o número 171 (que tipifica o estelionato no Código Penal)", comentou Apolinário. Mais tarde, disse que estava brincando, mas acrescentou: "Poderia ser também o número 69".
Apolinário afirmou que o substitutivo apresentado por Saulo Queiroz (PFL-MS) foi encomendado pelo Palácio do Planalto.
A nova lei eleitoral teve sua votação adiada para a semana que vem.



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