São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2000


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PAINEL


Começar de novo
Antes da popularidade, o Planalto avalia que FHC precisa recobrar a autoridade perdida. Os ministros foram incumbidos pelo Planalto de apresentar medidas e projetos que possam traduzir à sociedade que o governo governa e o presidente preside. A intervenção nos combustíveis, na sexta, já é parte da nova estratégia para tentar sair da crise.

Fora da disputa
Em meio à crise EJ, FHC confidenciou a caciques da base aliada numa demorada conversa na semana passada que não acredita que Mário Covas tenha condições de disputar sua sucessão em 2002. Mesmo sem detalhes, todos entenderam o recado.

Ares de família
Não é só o prenome que Eduardo Jorge e Eduardo Cunha, o ex-collorido que integrava o governo Garotinho, têm em comum. A Caci, empresa de informática suspeita de ter sido favorecida numa licitação realizada pela Cehab quando Cunha a presidia, pertence ao mesmo grupo da Delphos, empresa da qual EJ é um ilustre conselheiro.

Operação resgate
A cúpula parlamentar do PSDB deve se reunir ainda esta semana para traçar uma estratégia de salvamento da candidatura Aécio (MG) à presidência da Câmara, enfraquecida depois do escândalo EJ. No mínimo, os tucanos vão cobrar caro o favoritismo de Inocêncio (PFL-PE).

Patrulha federal
Registrou-se uma ausência no depoimento de EJ: Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL. Aécio Neves (PSDB-MG), seu adversário na disputa pela presidência da Câmara, foi e bateu boca com Mercadante (PT-SP) em defesa do ex-ministro.

Psicanálise política
Avaliação de um figurão do Congresso sobre o desempenho de EJ, que iniciou seu depoimento inseguro e acabou dobrando seus inquiridores: "Ele sabia muito mais que os senadores. Estava preocupado com o que sabia, ou imaginava que os parlamentares também soubessem. Como não sabiam quase nada, nadou de braçadas".

Mil e uma utilidades
Do deputado Padre Roque (PT-PR): "Os tucanos acharam uma utilidade para os seus bicos: empurrar a sujeira do governo para debaixo do tapete".


Prazo de validade
A campanha eleitoral na TV começa dia 15 e um coordenador da candidatura Geraldo Alckmin, hoje com 4% nas pesquisas, dá até o dia 25 para que ele dobre seus índices. Se isso não acontecer, admite-se uma boa revoada do ninho tucano.
O exilado e a bela
José Serra (Saúde) e Ciro Gomes (PPS) não se bicam, mas o ministro foi entrevistado pela atriz Patrícia Pillar, namorada de Ciro, num programa que irá ao ar no canal Telecine 3, da NET. Ex-exilado no Chile, Serra falará sobre o filme "Missing - O Desaparecido", do diretor Costa-Gravas, que tem como tema o golpe militar chileno em 1973.
Honra ao mérito
A presença de Artur da Távola no Congresso em uma tarde de quinta-feira surpreendeu Pedro Simon (PMDB-RS), mas não os tucanos. O que se diz na sigla é que o desempenho do senador na subcomissão que investiga EJ pode ter carimbado seu passaporte para o Ministério da Cultura. Weffort já está no lucro.
Xerife em ação
Em baixa na corrida à prefeitura paulistana, Romeu Tuma (PFL) aproveita o fato de presidir a CPI mista do roubo de cargas, amanhã no Congresso, para tentar explorar a imagem do xerife em termos mais concretos.
Afago calculado
Maluf (PPB) telefonou para Romeu Tuma, elogiando o outdoor no qual o senador pefelista contrapõe a estrela de xerife à do PT de Marta. É mais um agradinho visando o segundo turno.

TIROTEIO

De Jefferson Péres (PDT-AM), sobre o Planalto comemorar o desempenho de EJ na subcomissão do Senado que investiga as atividades do ex-ministro:
- O governo ganhou de imediato, mas perdeu a médio e longo prazos. Para a opinião pública, o que fica evidente é que, se ele teme a CPI, é porque tem algo a esconder dela.

CONTRAPONTO

Um homem de visão

O ministro José Gregori (Justiça) ficou conhecido por sua amizade com FHC e por sua passagem pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Mas é um antigo frequentador dos meandros do poder. Quando foi nomeado para o então Ministério Extraordinário da Reforma Agrária, no governo Sarney, Jader Barbalho encontrou Gregori como chefe-de-gabinete.
Amigo da turma do ex-governador Franco Montoro, Gregori trocou de ministério quando Renato Archer foi para a Previdência Social. Novamente como chefe-de-gabinete.
Em uma das várias reformas que patrocinou em seu ministério, Sarney tirou Jader da Reforma Agrária e o nomeou para a Previdência. Ao assumir, Jader notou que Gregori estava sempre um passo à sua frente.
E não resistiu à piada:
- Ô Gregori, vê se vai para a chefia de gabinete da Casa Civil!



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