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Grupo é o maior império de mídia do país
DA SUCURSAL DO RIO
DA REDAÇÃO
Roberto Marinho construiu o
maior império de comunicação
no país e um dos maiores do
mundo.
Desde que o empresário ganhou sua primeira concessão, em
1957, no governo Juscelino Kubitschek, formou a maior rede de
TV do país, uma das maiores dom
mundo, que hoje cobre 99,98% do
território nacional. São 115 emissoras, das quais 32 já foram propriedade da família.
O maior indicador de seu poderio é a participação de 77% nas receitas publicitárias em TV no
país. No ano passado, de cada 100
televisores ligados no Brasil, 54,
em média, estavam sintonizados
na Globo.
Atualmente, o grupo enfrenta
um momento delicado, causado
por sua estratégia de diversificação de negócios, nos anos 90,
quando apostou na TV por assinatura e nas telecomunicações.
A Globopar, holding do grupo,
tem dívidas de US$ 1,365 bilhão e
anunciou, em setembro do ano
passado, processo de reestruturação.
O maior investimento da família fora das mídias tradicionais foi
a implantação da Globo Cabo,
atual Net Serviços. Os Marinho
esperavam que a empresa chegaria ao final de 2001 com 3,5 milhões de clientes, mas, por conta
da crise econômica brasileira, tem
hoje 1,3 milhão.
Em outubro de 2001, o vice-presidente das Organizações Globo,
Roberto Irineu Marinho, cogitou
abrir mão do controle da Globo
Cabo para viabilizar a entrada de
novos sócios que alavancassem a
companhia.
"Não queremos é perder o controle da Rede Globo, da geração
de conteúdo. (...) Perder o controle da Globo Cabo é uma coisa que
pode acontecer", disse ele, na ocasião. Essa hipótese, no entanto,
não se confirmou. A família permanece no controle da empresa.
A crise mundial das empresas
de tecnologia afetou outro empreendimento da família Marinho: a Globo.com. A Telecom Italia, que é acionista do negócio,
contabilizou como perda no balanço de 2001 o investimento de
US$ 810 milhões que havia feito
na companhia. ""O valor das ações
é zero", resumiu, em Milão, o presidente mundial da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera.
Mídia impressa
Os Marinho também ampliaram seu poder na mídia impressa.
Em 98, o grupo surpreendeu o
mercado ao lançar, quase simultaneamente, o jornal "Extra", no
Rio de Janeiro, e a revista "Época", em São Paulo. O investimento nos dois projetos foi estimado
em cerca de R$ 100 milhões.
Dois anos depois, lançou, em
sociedade com a Empresa Folha
da Manhã S.A. -que edita a Folha-, o jornal "Valor Econômico". O investimento conjunto foi
de US$ 50 milhões, com participação igual dos dois sócios.
Em 2001, o grupo deu mais um
passo em direção à concentração
do mercado de jornais: comprou
o "Diário Popular", do ex-governador Orestes Quércia, e mudou
o nome da publicação para "Diário de S. Paulo".
"O poder de mercado da Globo
não tem paralelo no mundo, por
sua presença forte em todas mídias e, particularmente, na televisão que concentra a maior verba
publicitária. Este poder é ainda
mais expressivo porque as Organizações Globo nunca tiveram
pudor em transformar seu poder
de mercado em poder político",
afirma Murilo Ramos, diretor da
Faculdade de Comunicação da
UnB (Universidade de Brasília) e
um dos maiores estudiosos da
mídia no Brasil.
O faturamento bruto da Globopar em 2002 foi de R$ 3,6 bilhões
- sendo que a TV Globo produziu 70% dessa receita. As dívidas
da Globopar e de suas subsidiárias somavam US$ 1,4 bilhão em
dezembro do ano passado.
A diversificação do investimentos levou a família Marinho a buscar sócios no exterior. Em 95, o
grupo associou-se ao empresário
Rupert Murdoch, para o lançamento da Sky (TV por assinatura
com transmissão via satélite). A
News Corporation tinha inicialmente 36% do empreendimento
no Brasil. A partir de 2002, a News
Corporation, com o grupo Liberty Media, assumiu o controle
gerencial da empresa.
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