DA REPORTAGEM LOCAL

Uma comemoração sem estrelas e com vinho de cerca de R$ 30. Foi assim que terminou a noite da prefeita Marta Suplicy (PT). Depois do debate, ela e o marido, Luis Favre, foram jantar em um restaurante no centro. Estavam presentes secretários municipais, o deputado federal José Mentor (PT), que foi líder de Marta na Câmara Municipal, e o candidato a vice, Rui Falcão.
O marqueteiro Duda Mendonça não compareceu. Durante o debate, ficou sabendo que era avô e, por causa disso, não integrou o grupo. O presidente nacional do PT, José Genoino, que esteve no debate, também não foi. Tinha viagem agendada para hoje.
De acordo com um dos convidados, Marta estava feliz com sua atuação no debate, principal assunto da mesa. Alguns analisaram que o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) havia sido o mais natural de todos os concorrentes. O grupo comeu pizza e tomou vinho Corvo di Salaparuta, que custa cerca de R$ 30 a garrafa.
Em 1997, depois de um debate na TV Globo, no primeiro turno da eleição presidencial, Duda Mendonça presenteou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva com uma garrafa do vinho Romanée-Conti, safra 1997, cuja garrafa custa US$ 2.200.
Já o candidato do PSDB, José Serra, acometido pela fome ainda ao longo do debate, não resistiu. À saída do estúdio, estacionou diante da mesa montada pela rede Bandeirantes: comeu sanduíches e tomou suco.
Enquanto aliados o cumprimentavam pelo desempenho no debate, sua mulher, Monica, sugeria que fossem para casa.
Serra disse que não imaginava que o tema saúde dominasse o programa. "Pensei que fosse importante. Mas, desse jeito, não." E também confessou ter comido ainda durante o debate, enquanto os demais adversários estavam em cena: "Eu estava com fome. Precisava me alimentar".
Apesar de se dizer vitorioso no debate, Serra seguiu para casa acompanhado da mulher. "Meu maior problema durante o debate foi a gripe", afirmou Serra.
Sobre o fato de o governo ter saído ileso do debate, comentou: "Essa discussão federalização e municipalização [da campanha] não leva longe. O quadro nacional está presente como referência sempre".
Os petistas, no entanto, deixaram o estúdio convencidos de que o governo será poupado de ataques durante a campanha, graças à tendência de recuperação de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para eles, o prato mais amargo da noite foi o servido pela ex-petista Luiza Erundina.
Paulo Maluf deixou o debate ressaltando seu desempenho: "Sempre vou bem em debates, mas eu estava de bom humor", disse logo após deixar o estúdio, acompanhado pela mulher, Sylvia, e por dois netos.
Na saída, cobrou de um assessor um pedaço de pão que havia começado a comer antes do debate. "Não tive tempo de comer tudo", justificou-se.
Apesar de os netos pedirem um jantar para encerrar a noite, Maluf não concordou. "Vocês estudam muito cedo amanhã." O ex-prefeito foi direto para casa, no Jardim Europa.

Ontem
Mesmo abatido por uma gripe, Serra decidiu manter ontem sua agenda de campanha pela zona leste e surpreendeu ao incluir, em cima da hora, uma visita a uma entidade que atende vítimas da Aids, no bairro Ermelino Matarazzo.
A entidade, chamada Projeto Samaritano, é mantida por uma ONG (organização não-governamental) e atende 120 portadores do vírus da Aids.
Serra fez questão de ir até o local, pois a entidade, que era mantida com verbas federais, passa por dificuldades financeiras e pode ser fechada.
"O repasse de verbas para ONGs que atuam com portadores foi um dos aspectos mais bem sucedidos do governo federal", afirmou Serra.
Após a visita à entidade, Serra foi ao bairro Itaquera para uma caminhada pela principal rua do comércio. Quando deixava o local, o candidato e sua equipe de assessores foram surpreendidos por um homem vestido de palhaço que encostou as nádegas no vidro do carro.
Maluf visitou ontem uma loja de autopeças transformada em comitê, na Vila Brasilândia (zona norte). Ele chegou às 11h, com uma hora de atraso, e foi recebido por um grupo de samba.
O ex-prefeito tentou sambar pulando com os pés juntos, que mais lembrava os passos do vira, uma dança típica portuguesa.
Maluf se desculpou pelo atraso dizendo que só foi dormir às 4h30, pois passou a madrugada atendendo a telefonemas para parabenizá-lo pelo debate.


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