São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2007 |
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Renan não vai misturar votações, diz Lula Presidente defende o voto aberto na ação de cassação, mas ressalta que Senado tem um regimento e que precisa ser seguido
Presidente, em entrevista a emissoras de rádio, afasta a possibilidade de o governo decidir pela reestatização da Vale, como pretende o PT
Apesar das cobranças públicas de peemedebistas de apoio
ao senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse em
entrevista a nove emissoras de
rádio, na manhã de ontem, não
ver "possibilidade" de o PMDB
ou o próprio Renan misturarem o processo de cassação que
o senador responde com as votações no Congresso. RENAN CALHEIROS O presidente negou que as investigações contra Renan possam atrapalhar votações de interesse do governo no Congresso. E disse que o caso está seguindo os procedimentos, que "não pode ser diferente". "Eu não vejo possibilidade de o Renan ou o PMDB misturarem as votações que estão no Congresso Nacional com as coisas que estão por serem votadas. Até porque tem um problema que é do presidente do Congresso Nacional e envolve os partidos políticos da base e o PMDB, e tem um problema que é nacional, que é do Brasil. As políticas públicas que têm que ser votadas, não são de interesse do Lula ou do Renan, são de interesse do povo brasileiro." VOTO SECRETO O presidente disse que abriria o voto, caso tivesse de decidir a cassação ou não de Renan. "Eu votaria aberto e diria o que estava votando. Agora, os senadores irão votar de acordo com o regimento do Congresso." FORO PRIVILEGIADO Lula defendeu o foro privilegiado no caso de presidente e governadores. E, numa rara menção pública ao caso, lembrou do processo que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, responde. "Houve uma denúncia contra o Meirelles, o Meirelles era presidente do Banco Central (...). Você não pode deixar, porque esse cidadão, que é presidente do Banco Central, poderia ser preso, se um juiz de qualquer lugar resolvesse prendê-lo. Então, você precisar dar à pessoa a garantia de que a pessoa não vai ser truncada na possibilidade de exercer a sua função, porque alguém entendeu que precisa prender. Nós precisamos garantir que haja normas processuais que respeitem a democracia e permitam às pessoas exercerem as funções." FORA DO CARGO Ao ser questionado sobre o desempenho do governo após a saída de figuras como o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), Lula afirmou que "qualquer pessoa guindada a um posto público tem a obrigação política, ética e moral de fazer as coisas corretamente". "Se qualquer pessoa, seja ela a mais íntima ou a menos íntima, comete um delito, comete um erro, pratica uma coisa que não deveria praticar, o que deve acontecer? Ser afastada do cargo. E depois o que deve acontecer? Ter um processo. Vou dizer para você que se todo mundo tivesse tido o procedimento que eu tive, certamente o Brasil não teria tanto problema que tem. Agora, é verdade que nós precisamos ter em conta que nem todos os acusados poderão ser considerados culpados." CPMF Lula disse que a CPMF é um imposto justo e que o Brasil "não pode prescindir de R$ 40 bilhões". "Se amanhã o Congresso Nacional extinguir a CPMF, vai significar o quê? Que nós vamos cortar R$ 40 bilhões de outras coisas para poder cumprir com os nossos compromissos." VALE O presidente foi enfático ao negar a intenção de reestatizar a Vale, ao contrário do que levantou o PT. "Os partidos têm autonomia, e o partido tem autonomia inclusive com relação ao governo. Agora, posso dizer que esse tema não passa pelo governo, não se discute no governo, porque tem ato jurídico que foi consagrado e o governo vai respeitar. Isso não está na minha mesa nem entrará." APARTHEID SOCIAL Ao ser questionado sobre as freqüentes referências, em discursos, sobre a divisão entre ricos e pobres, Lula disse que está tentando acabar com o apartheid social, e não incitá-lo. "Não sou eu que tento fazer essa divisão." "O que eu digo sempre é o seguinte: eu governo para os 190 milhões de brasileiros. É só ver o lucro dos empresários. Agora, do ponto de vista das políticas públicas, faço um esforço incomensurável para cuidar das pessoas que não tiveram oportunidade neste país." Sobre a classe média, Lula afirmou: "O que eu estou tentando é fazer com que mais gente faça parte da classe média brasileira. Aliás, por mim, nós teríamos uma sociedade só de classe média". ECONOMIA Sobre o aumento de preços nos alimentos, Lula afirmou que o governo não irá permitir a volta da inflação. "Não iremos permitir porque, na hora em que a inflação voltar, o prejuízo é direto no bolso das pessoas que vivem de salário neste país e no bolso das pessoas mais pobres. (..) A inflação, quando atinge dois dígitos, ninguém segura mais. Nós não iremos permitir que a inflação saia da meta. Quem estiver apostando na volta da inflação para ganhar dinheiro, eu queria aproveitar a rádio de vocês para dizer: tirem o cavalo da chuva, porque a inflação não vai voltar". Texto Anterior: Acordo eleitoral: PMDB e DEM estudam aliança no Rio até as eleições de 2010 Próximo Texto: Frases Índice |
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