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Covas libera crédito
agrícola aos sem-terra
ELIANE SILVA
DA AGÊNCIA FOLHA
EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
O governo do Estado liberou
ontem um crédito agrícola de R$
3 milhões para os assentados do
Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo). Serão beneficiadas cerca de 1.200 famílias.
Segundo José Rainha Júnior, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na
região, é a primeira vez no ano
que os assentados vão receber
verba para o plantio. O empréstimo, exclusivo para o cultivo de
mandioca, tem limite de R$ 3.000
por família, juros de 4% ao ano
(contra os 8,75% cobrados pelos
bancos no crédito rural) e prazo
de pagamento de 18 meses.
A liberação dos recursos pela
Secretaria de Agricultura havia sido prometida pelo governador
Mário Covas, em julho, durante
visita à Cocamp, a cooperativa
dos assentados organizada pelo
MST em Teodoro Sampaio, que
tem Rainha em sua diretoria. O
acordo visa alimentar a fecularia
(fábrica de fécula, tipo de farinha)
dos sem-terra. Na ocasião, Covas
também liberou R$ 439 mil para
obras de acabamento no complexo agroindustrial da cooperativa.
"Covas cumpriu o que prometeu e merece nosso respeito. É
bem diferente do Jungmann, que
só promete, mas nunca cumpre
nada", disse Rainha, referindo-se
ao ministro do Desenvolvimento
Agrário, Raul Jungmann.
Os sem-terra querem R$ 2.000
de crédito extra para 110 mil famílias, na linha A do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar), que tem
juros subsidiados de 1,15% ao ano
e rebate (desconto para pagamento no prazo) de 40%. A linha A é
exclusiva para recém-assentados.
O governo oferece empréstimo
pela linha C, com juros de 4%
anuais e rebate de R$ 200.
Rainha disse que, apesar do crédito estadual, o MST não vai baixar o tom das manifestações no
Pontal. Segundo ele, a verba só
beneficia 30% das famílias.
"Temos 2.600 famílias esperando o crédito do Pronaf para plantar milho e algodão e, além disso,
este ano nenhum hectare de terra
foi destinado à reforma agrária na
região", declarou.
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