São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2000

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CURITIBA
Parlamentares votam com o PFL, partido de Taniguchi
Apoio do PSDB do Paraná ao PT causa divisão na bancada tucana

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A decisão da direção estadual do PSDB no Paraná de apoiar o candidato do PT à Prefeitura de Curitiba (PR), Angelo Vanhoni, causou uma divisão nas bancadas do partido na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal.
Os três vereadores e os seis deputados estaduais tucanos vêm acompanhando o PFL, partido do candidato à reeleição Cássio Taniguchi, na maioria das votações de interesse do prefeito e do governador do Paraná, Jaime Lerner.
Contrariando a decisão do presidente do partido no Paraná, senador Álvaro Dias, os deputados Antonio Carlos Baratter (suplente do deputado Renato Gaúcho) e Luiz Fernando Litro da Silva foram ao comitê de Taniguchi dizer que não darão apoio ao PT.
"O PFL nos apoiou em 1990. Apoiamos Lerner para governador em 1994 e, graças a um acordo com os integrantes do PFL em 1998, conseguimos eleger o Álvaro para o Senado. Agora não faz sentido declararmos apoio ao PT", disse o deputado Baratter.
O senador Álvaro Dias convocou uma reunião para a semana que vem com as bancadas para dizer que haverá punição para o integrante que não acatar a determinação da executiva estadual.
Os deputado estaduais José Maria Ferreira e Neivo Beraldin pretendem seguir a orientação. "O apoio a Vanhoni foi uma decisão do partido. Cabe a nós segui-la, mesmo, às vezes, não concordando", disse Beraldin.
O senador também estava irritado com a censura da executiva nacional contra o apoio do PSDB à candidatura do PT em Curitiba um dia após o primeiro turno.
Dias declarou que a censura é apenas "uma satisfação formal ao outro lado", numa referência ao PFL. Em Curitiba, anteontem, o senador Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL, classificou de "incoerência" o apoio dos tucanos aos petistas em Curitiba.
Bornhausen afirmou que a aliança PFL-PSDB garante a sustentação do presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem o PT como oposição sistemática.
A decisão de Álvaro Dias de apoiar Vanhoni é relativa às pretensões do senador de se eleger governador do Paraná em 2002. Com a eleição do candidato do PT em Curitiba, o PFL se enfraquece para a eleição ao governo do Estado, teoricamente facilitando aos coisas para o PSDB no Paraná.
Outro desentendimento ocorrido no PSDB foi a participação do ex-governador José Richa no horário eleitoral do PFL para pedir votos para seu filho, Beto Richa, que é candidato a vice-prefeito na chapa de Taniguchi. Embora afastado da política, Richa é um dos fundadores do PSDB e é muito amigo de tucanos.


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