São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002


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SENADO

Deputado petista não repete o desempenho de Suplicy, em 98, e senador do PFL deve obter votação inferior à de 94

Mercadante e Tuma se elegem em SP

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PFL) são os virtuais eleitos para as duas cadeiras de São Paulo no Senado. Apurados 50,7% dos votos, o petista chegava em primeiro, com 5,3 milhões de votos (29,6%), enquanto o pefelista obtinha 3,8 milhões (21,7%). A tendência pela qual encabeçam a votação não se modificou desde a apuração da primeira urna.
Tuma consegue uma votação inferior aos 30% que o levaram ao Senado em 1994, enquanto Mercadante, mesmo com o crescimento nas duas últimas semanas, parecia longe dos 43% de votos petistas, dados em 1998 para a reeleição de Eduardo Suplicy.
São resultados previstos pelas pesquisas, sobretudo pelas do Datafolha na semana passada. Mas a eleição foi bem mais eloquente pelas derrotas que registrou.
Sobretudo a de Orestes Quércia (PMDB), em que pese uma campanha com muitos recursos materiais e a ocupação de quase todo horário eleitoral de seu partido.
O ex-governador de São Paulo mais uma vez naufraga de forma inglória. Com 15,3%, disputava ontem à noite a terceira colocação com José Anibal (PSDB), que registrava 15,1% dos votos.
Em 1994, como candidato peemedebista à Presidência, Quércia recebeu apenas 4,4% dos votos e ficou atrás de Enéas Carneiro, do Prona. Nova derrota em 1998, quando se candidatou a governador. Obteve 4,3% e chegou em quinto lugar no primeiro turno.
Por sua vez, José Aníbal sai um pouco chamuscado por demonstrar o pouco gás de seu partido na disputa da mesma cadeira de senador para a qual José Serra se elegeu há oito anos.
Cunha Bueno (PPB) estava ontem à noite na sexta colocação, com 5,2%. Mesmo que suba mais um pouco até o final da apuração, ele confirma uma das maldições eleitorais do malufismo, a de nunca eleger o candidato ao Senado quando o próprio Maluf é derrotado para governador. Integram a galeria dessas derrotas nomes como Ferreira Neto e o jogador de basquete Oscar Schmidt.
Wagner Gomes (PC do B), em quinto lugar, com 8,9%, somou o desconhecimento de seu nome e a provável desconfiança ainda gerada por seu partido para ficar bem abaixo de Mercadante, seu companheiro de coligação.
Os outros 19 candidatos não registravam índices superiores a 1% dos votos. E não são figuras de todo desconhecidas. Há por exemplo José Maria Marin, que foi vice-governador de Maluf e assumiu o governo do Estado em 1982, e há também Adhemar de Barros, ex-deputado federal, filho de Adhemar, interventor e governador de São Paulo e candidato à Presidência nos anos 50.
Tuma, ao votar ontem de manhã, disse estar disposto a apoiar o futuro presidente, pouco importa quem seja eleito. Disse acreditar ser necessária uma coalizão que dê ao governo instrumentos para enfrentar a crise.
Por sua vez, Aloizio Mercadante, tomando como certa a hipótese da vitória eleitoral de Lula, disse que não se vê no Executivo e no primeiro escalão da área econômica, mas sim no Senado, onde seriam necessárias negociações delicadas para que o PT consiga governar o país.


Colaboraram Gilmar Penteado e Fabrício Vieira, da Reportagem Local

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