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SENADO
Deputado petista não repete o desempenho de Suplicy, em 98, e senador do PFL deve obter votação inferior à de 94
Mercadante e Tuma se elegem em SP
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PFL) são os virtuais
eleitos para as duas cadeiras de
São Paulo no Senado. Apurados
50,7% dos votos, o petista chegava
em primeiro, com 5,3 milhões de
votos (29,6%), enquanto o pefelista obtinha 3,8 milhões (21,7%). A
tendência pela qual encabeçam a
votação não se modificou desde a
apuração da primeira urna.
Tuma consegue uma votação
inferior aos 30% que o levaram ao
Senado em 1994, enquanto Mercadante, mesmo com o crescimento nas duas últimas semanas,
parecia longe dos 43% de votos
petistas, dados em 1998 para a
reeleição de Eduardo Suplicy.
São resultados previstos pelas
pesquisas, sobretudo pelas do Datafolha na semana passada. Mas a
eleição foi bem mais eloquente
pelas derrotas que registrou.
Sobretudo a de Orestes Quércia
(PMDB), em que pese uma campanha com muitos recursos materiais e a ocupação de quase todo
horário eleitoral de seu partido.
O ex-governador de São Paulo
mais uma vez naufraga de forma
inglória. Com 15,3%, disputava
ontem à noite a terceira colocação
com José Anibal (PSDB), que registrava 15,1% dos votos.
Em 1994, como candidato peemedebista à Presidência, Quércia
recebeu apenas 4,4% dos votos e
ficou atrás de Enéas Carneiro, do
Prona. Nova derrota em 1998,
quando se candidatou a governador. Obteve 4,3% e chegou em
quinto lugar no primeiro turno.
Por sua vez, José Aníbal sai um
pouco chamuscado por demonstrar o pouco gás de seu partido na
disputa da mesma cadeira de senador para a qual José Serra se
elegeu há oito anos.
Cunha Bueno (PPB) estava ontem à noite na sexta colocação,
com 5,2%. Mesmo que suba mais
um pouco até o final da apuração,
ele confirma uma das maldições
eleitorais do malufismo, a de nunca eleger o candidato ao Senado
quando o próprio Maluf é derrotado para governador. Integram a
galeria dessas derrotas nomes como Ferreira Neto e o jogador de
basquete Oscar Schmidt.
Wagner Gomes (PC do B), em
quinto lugar, com 8,9%, somou o
desconhecimento de seu nome e a
provável desconfiança ainda gerada por seu partido para ficar
bem abaixo de Mercadante, seu
companheiro de coligação.
Os outros 19 candidatos não registravam índices superiores a 1%
dos votos. E não são figuras de todo desconhecidas. Há por exemplo José Maria Marin, que foi vice-governador de Maluf e assumiu o
governo do Estado em 1982, e há
também Adhemar de Barros, ex-deputado federal, filho de Adhemar, interventor e governador de
São Paulo e candidato à Presidência nos anos 50.
Tuma, ao votar ontem de manhã, disse estar disposto a apoiar
o futuro presidente, pouco importa quem seja eleito. Disse acreditar ser necessária uma coalizão
que dê ao governo instrumentos
para enfrentar a crise.
Por sua vez, Aloizio Mercadante, tomando como certa a hipótese da vitória eleitoral de Lula, disse que não se vê no Executivo e no
primeiro escalão da área econômica, mas sim no Senado, onde
seriam necessárias negociações
delicadas para que o PT consiga
governar o país.
Colaboraram Gilmar Penteado e Fabrício Vieira, da Reportagem Local
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