São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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PARANÁ

Requião e Dias já começam articulação

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O pleito de ontem confirmou o adiamento da escolha do futuro governador do Paraná para o segundo turno, tendência apontada nas pesquisas.
Os senadores Alvaro Dias (PDT), 57, e Roberto Requião (PMDB), 61, os dois mais votados, começam hoje as articulações com partidos de candidatos derrotados para o tira-teima das urnas de 27 de outubro.
O clima de confronto de dois ex-aliados, que já governaram o Estado, começou na manhã de ontem, em Curitiba. Enquanto esperava na fila para votar -a urna da seção em que Requião vota não funcionou e precisou ser trocada-, o senador do PMDB deu o primeiro sinal do tom da campanha.
"Será o confronto da folha corrida do Alvaro contra o meu currículo", disse o peemedebista. "Será o currículo contra o prontuário dele", devolveu o pedetista, quando acompanhou a mulher, Débora, para votar. Ele votou em Londrina.
Os ataques e contra-ataques foram se renovando até a noite, em entrevistas a emissoras de rádio.

Com Lula
Os dois concorrentes do Paraná apostam no apoio do petista Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.
Segundo Requião, atrair o PT "seria uma conclusão razoável". Ele abriu apoio a Lula no final da campanha de rádio e TV. PMDB e PT do Paraná estiveram juntos na eleição de 1998, quando Requião foi derrotado pelo governador Jaime Lerner (PFL).
Alvaro, que votou em Ciro Gomes (PPS), disse que seguiria a orientação do PDT nacional -também pró-Lula-, caso o resultado da disputa presidencial confirmasse as pesquisas de boca de urna. "Havendo segundo turno, não creio que o PT faça uma opção oficial no Paraná", disse.
O pedetista dispensou o apoio de Lerner. "Nos colocamos como oposição desde o princípio e seria incoerente agora pleitear o apoio (de Lerner)".
Requião também descartou conversa com o governador e disse que o prefere do lado de Alvaro.
Ontem o governador não quis adiantar a posição do grupo que comanda. Na eleição passada, Lerner fechou acordo branco com Alvaro. O PFL não lançou candidato ao Senado e o PSDB (então partido de Alvaro) não disputou o governo.
O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), disse que o mais provável é que o partido siga rachado, "da mesma forma que se comportou no primeiro turno".
Alvaro coloca toda a expectativa no PSDB, partido que comandou no Estado por seis anos, até deixar a sigla, ano passado.
O pedetista disse esperar que pelo menos dois terços dos tucanos o sigam no segundo turno. "O PSDB foi estruturado na oposição ao governo estadual e é natural que nos apóie no segundo turno", disse.
Requião também aposta em apoio do PSDB, ou de "uma parte dele". A atual cúpula tucana só voltou ao partido com o afastamento de Alvaro.


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