São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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PAINEL

Aqui mando eu 1
Só quem não conhece Marta Suplicy e seu grupo no PT paulistano compra a versão de que está em curso uma intervenção branca dos "federais" do partido na campanha da prefeita.

Aqui mando eu 2
A instabilidade criada pelos oito pontos de vantagem de José Serra no 1º turno abriu espaço para maior participação do PT nacional na campanha, mas nada parecido com intervenção. Até hoje Marta fez as coisas a seu modo. Tudo indica que assim ganhará ou perderá a eleição.

Ver de novo
Boatos intermitentes de deserção do marqueteiro, alegação de falta de dinheiro, recriminações mútuas no bastidor. Pensando bem, a campanha de Marta tem lembrado a de Serra em 2002.

Dose de reforço
Além da viagem prevista para a próxima semana, Lula voltará a São Paulo poucos dias antes do segundo turno. O presidente estará em evento oficial com coloração de apoio a Marta.

Cada um por si
Serra e Marta já foram informados. Na reunião marcada para hoje, o PMDB de São Paulo vai liberar seus quadros para decidirem entre apoiar o tucano ou a petista no segundo turno.

Outro lado
O PC do B paulistano nega ter cogitado convencer o ex-jogador Ademir da Guia, único vereador eleito pela sigla, a ceder lugar a Nádia Campeão. Principal investimento do partido na eleição em São Paulo, a ex-secretária municipal de Esportes não conseguiu vaga na Câmara.

Minuto de silêncio
Os esforços do primeiro turno deixaram José Genoino afônico. Escalado para defender as cores do PT em debate televisivo ontem, o presidente da sigla teve de ser substituído na última hora pela senadora Ideli Salvatti.

Homem sensível
Irmão de José Genoino, José Guimarães pediu ao peemedebista Eunício Oliveira que apóie Luizianne Lins (PT) em Fortaleza. "Só vou a palanque de quem me queira. E o Moroni Torgan (PFL) já disse que me quer."

Boa vizinhança
Mais um gesto de Genoino em direção a Paulo Maluf: o PT pode ficar com o PP em Florianópolis. Os petistas catarinenses preferiam passar sem essa. E ainda será pouco para ganhar o apoio do partido em São Paulo.

Oferta recusada
Os afagos de Roberto Requião e do governo federal não foram suficientes para conquistar Rubens Bueno (PPS), que ficará com o tucano Beto Richa em Curitiba. No primeiro turno, ele obteve 20% dos votos.

Sinal verde
O TRE liberou o PT para abordar na disputa em Curitiba o caso do caixa dois da campanha de 2000 do prefeito Cassio Taniguchi. O tema havia sido vetado no 1º turno por liminar concedida a Beto Richa, vice do pefelista.

Filho da terra
O goiano Delúbio Soares, tesoureiro do PT, será o encarregado de monitorar a eleição em Goiânia, onde o prefeito Pedro Wilson, candidato da sigla, enfrenta Iris Rezende (PMDB).

Fila dupla
Sob pressão federal, o governador Paulo Hartung (PSB) poderá apoiar João Coser (PT) em Vitória, mas manterá um pé na canoa do tucano César Colnago.

Sob cuidados
O senador Antonio Carlos Magalhães, 77, esteve três vezes no hospital Aliança, em Salvador, desde sexta-feira, por conta de uma infecção pulmonar. Os médicos vetaram sua presença em reunião ontem para tratar da campanha de Cesar Borges.

TIROTEIO

Do vereador petista Carlos Giannazi, que fez oposição a Marta Suplicy e foi reeleito sem ajuda da cúpula do partido, sobre José Genoino, que defendeu a busca do apoio de Maluf:
-Paulo Maluf representa a direita, as práticas fisiológicas e incontáveis suspeitas de corrupção. O PT deveria fugir desse apoio, não procurá-lo.

CONTRAPONTO

Dupla militância

Em meio à campanha que o reelegeu em Aracaju, Marcelo Déda foi a Tobias Barreto, sul de Sergipe, dar uma força ao candidato do PT a prefeito, Dilson de Agripino. Viajou com o senador Antonio Carlos Valadares (PSB), advogado como ele.
Depois de caminhada pela cidade, os três seguiram para um comício. Ao discursar, Agripino apontou vários defeitos em seu adversário, concentrando-se por fim no que julgava crucial:
-Ele é advogado. E advogado não sabe administrar, é um desastre na prefeitura.
Déda olhou para Valadares, que não movia um músculo. Incomodado com os impropérios do colega contra os advogados, Déda cutucou o senador:
-Você está ouvindo?
Com um sorriso no canto dos lábios, Valadares respondeu:
-Gostaria de lembrar a você, caro Déda, que também sou formado em química.


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