São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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SÃO PAULO

Presidente do PDT diz que a tendência do partido é a neutralidade ou o apoio a Serra; cortejado por petistas, PSB decide hoje apoio

Paulinho descarta Marta; Erundina resiste ao PT

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na disputa por apoios no segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo, os tucanos parecem ter conquistado o PDT. Já os petistas recebem hoje o apoio do PSB, mas sem a manifestação de apoio da candidata derrotada do partido, Luiza Erundina.
O presidente estadual do PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, descartou ontem apoiar a prefeita Marta Suplicy (PT) e disse que o caminho do partido é "ou a neutralidade ou Serra": "Vamos decidir amanhã [hoje] em São Paulo. Temos dois caminhos: ou neutralidade ou apoio ao Serra. Não tenho outro caminho", disse Paulinho, derrotado na eleição.
O pedetista esteve ontem em Campinas (SP) para apoiar o candidato a prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Dr. Hélio, que ficou em segundo no primeiro turno, com 22,63%, e disputa a prefeitura com Carlos Sampaio (PSDB), que teve 39,85%.
Para não apoiar Marta, Paulinho argumentou não ter "boas relações" com a prefeita nem com o PT local. "Eu tenho uma boa relação com o PT nacional, mas não tenho boas relações com a Marta em São Paulo", disse.
A Folha apurou que, para selar o acordo com o PDT, o PSDB ofereceu a Secretaria do Trabalho ao grupo de Paulinho. O PT, porém, ainda tenta que o PDT fique neutro na disputa. O presidente do partido, José Genoino, disse que o partido está procurando fazer uma aliança nacional com o PDT.
Paulinho reafirmou ter recebido proposta do ministro José Dirceu (Casa Civil) para apoiar Marta em troca do apoio petista em cinco cidades onde o PDT disputa o segundo turno: Campinas (SP), Bauru (SP), Duque de Caxias (RJ), Campos (RJ) e Salvador (BA).
Pela proposta, Paulinho até poderia ficar neutro, desde que a Força Sindical apoiasse a candidata. Paulinho, porém, diz que parte dos integrantes da Força Sindical, sindicato do qual ele foi presidente, e do PDT, quer apoiar Serra. "Hoje, dentro da Força Sindical, tem muita gente querendo apoiar o Serra e dentro do partido também. O PSDB procura a Força Sindical todo dia. Tenho até desligado o telefone para não falar muito com esse povo todo."
Já a Executiva Nacional do PSB se reúne hoje em Brasília para decidir o apoio à candidatura Marta, mas o encontro não deve contar com a presença da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que se reúne à tarde com o PMDB para tomar uma posição à parte.
Na avaliação de lideranças do PSB, do PT e do PSDB, a situação deve ter dois desdobramentos: o PSB nacional vai apoiar Marta, mas Erundina e Michel Temer, presidente nacional do PMDB, podem se declarar neutros.
Genoino reagiu mal à hipótese: "Nós queremos o voto e a declaração de Luiza Erundina do jeito que ela quiser. O importante para nós é ela declarar o voto na Marta". Sobre o possível apoio do PP, Genoino disse ainda que o partido "tem uma política democrática de alianças; não veta nem exclui ninguém". Ele afirma, inclusive, que deseja que o candidato derrotado Paulo Maluf (PP) "declare o voto em Marta."


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