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SÃO PAULO
Presidente do PDT diz que a tendência do partido é a neutralidade ou o apoio a Serra; cortejado por petistas, PSB decide hoje apoio
Paulinho descarta Marta; Erundina resiste ao PT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na disputa por apoios no segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo, os tucanos parecem ter conquistado o PDT. Já os
petistas recebem hoje o apoio do
PSB, mas sem a manifestação de
apoio da candidata derrotada do
partido, Luiza Erundina.
O presidente estadual do PDT,
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,
descartou ontem apoiar a prefeita
Marta Suplicy (PT) e disse que o
caminho do partido é "ou a neutralidade ou Serra": "Vamos decidir amanhã [hoje] em São Paulo.
Temos dois caminhos: ou neutralidade ou apoio ao Serra. Não tenho outro caminho", disse Paulinho, derrotado na eleição.
O pedetista esteve ontem em
Campinas (SP) para apoiar o candidato a prefeito Hélio de Oliveira
Santos (PDT), o Dr. Hélio, que ficou em segundo no primeiro turno, com 22,63%, e disputa a prefeitura com Carlos Sampaio
(PSDB), que teve 39,85%.
Para não apoiar Marta, Paulinho argumentou não ter "boas relações" com a prefeita nem com o
PT local. "Eu tenho uma boa relação com o PT nacional, mas não
tenho boas relações com a Marta
em São Paulo", disse.
A Folha apurou que, para selar
o acordo com o PDT, o PSDB ofereceu a Secretaria do Trabalho ao
grupo de Paulinho. O PT, porém,
ainda tenta que o PDT fique neutro na disputa. O presidente do
partido, José Genoino, disse que o
partido está procurando fazer
uma aliança nacional com o PDT.
Paulinho reafirmou ter recebido proposta do ministro José Dirceu (Casa Civil) para apoiar Marta
em troca do apoio petista em cinco cidades onde o PDT disputa o
segundo turno: Campinas (SP),
Bauru (SP), Duque de Caxias (RJ),
Campos (RJ) e Salvador (BA).
Pela proposta, Paulinho até poderia ficar neutro, desde que a
Força Sindical apoiasse a candidata. Paulinho, porém, diz que
parte dos integrantes da Força
Sindical, sindicato do qual ele foi
presidente, e do PDT, quer apoiar
Serra. "Hoje, dentro da Força Sindical, tem muita gente querendo
apoiar o Serra e dentro do partido
também. O PSDB procura a Força
Sindical todo dia. Tenho até desligado o telefone para não falar
muito com esse povo todo."
Já a Executiva Nacional do PSB
se reúne hoje em Brasília para decidir o apoio à candidatura Marta,
mas o encontro não deve contar
com a presença da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que
se reúne à tarde com o PMDB para tomar uma posição à parte.
Na avaliação de lideranças do
PSB, do PT e do PSDB, a situação
deve ter dois desdobramentos: o
PSB nacional vai apoiar Marta,
mas Erundina e Michel Temer,
presidente nacional do PMDB,
podem se declarar neutros.
Genoino reagiu mal à hipótese:
"Nós queremos o voto e a declaração de Luiza Erundina do jeito
que ela quiser. O importante para
nós é ela declarar o voto na Marta". Sobre o possível apoio do PP,
Genoino disse ainda que o partido "tem uma política democrática de alianças; não veta nem exclui ninguém". Ele afirma, inclusive, que deseja que o candidato
derrotado Paulo Maluf (PP) "declare o voto em Marta."
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