São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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PAINEL

Argumento sólido
Sandro Mabel (PL-GO) demostra incontido otimismo em relação ao relator de seu processo de cassação, Benedito Lira (PP-AL). O mesmo otimismo que o levou, no passado, a sugerir que Raquel Teixeira (GO) trocasse o PSDB por um partido da base de apoio a Lula.

Nada consta
O relator Lira, próximo a Severino Cavalcanti (PP-PE), tem repetido que, até agora, não vê elementos para pedir a condenação de Mabel, acusado por Teixeira de ter lhe oferecido R$ 1 mi para que ela deixasse o PSDB.

Quase deu
Foi no olho mecânico que os pepistas Vadão Gomes (SP) e Pedro Henry (MT) deixaram de ser absolvidos pela comissão de sindicância. Havia consenso para tirá-los da lista, mas Mussa Demes (PFL-PI) insistiu em livrar nada menos que sete deputados da forca. No impasse, foram todos para o Conselho.

Repescagem
A tendência a livrar Vadão e Henry deve se repetir no Conselho de Ética, onde vários membros alegam não haver prova de que o primeiro tenha recebido R$ 3,5 mi de Marcos Valério e que o segundo soubesse do "mensalão" pago ao PP.

Missão impossível
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), quer construir uma decisão de consenso na Mesa sobre o envio dos processos ao Conselho. Mas a oposição já disse que não aceitará nada diferente do envio imediato dos 13 processos. Em bloco.

Know-how
Do líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), sobre a comparação feita por Jaques Wagner entre caixa dois, jogo do bicho e dólar paralelo: "O ministro fala com conhecimento de causa. O PT tem larga experiência com bicheiros no Sul, doleiros em São Paulo e caixa dois pelo Brasil afora".

Ramal central
A CPI dos Correios chegou aos números finais da "conta-mãe" de Marcos Valério. Ela movimentou R$ 72 mi, dos quais quase R$ 60 mi acabaram repassados a deputados. Foi alimentada com dinheiro de estatais, empresas privadas e prefeituras.

Boca no trombone 1
Acabou em lavagem de roupa suja a reunião que Renan Calheiros (PMDB-AL) realizou na tentativa de fechar acordo que permita votações na Comissão de Orçamento. De saída, a oposição avisou que este ano não vota mais projetos do governo.

Boca no trombone 2
A rebelião se estendeu à base aliada, que passou a reclamar de acordos não-cumpridos. Os líderes peemedebistas se queixaram dos ministros do partido e do ritmo lento de liberação de emendas. Renan jogou a toalha.

Apelo bíblico
O governador Lúcio Alcântara (CE) citou o evangelho de Mateus na carta em que exortou o bispo Luiz Flávio Cappio a suspender a greve de fome: "Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber", escreveu o tucano favorito de Lula.

Visita à Folha
Soninha Francine, vereadora de São Paulo pelo PT, presidente da Diretoria Executiva do Instituto Gol Brasil e colunista da Folha, visitou ontem o jornal. Estava acompanhada de Francisco Manssur, vice-presidente, de José Luiz Portella, presidente do Conselho Administrativo, de Juca Kfouri, membro do Conselho Administrativo e colunista da Folha, e de Daniel de Menezes Pereira, coordenador.

TIROTEIO

De Augusto de Franco, membro do comitê executivo do Conselho da Comunidade Solidária no governo FHC, sobre o ministro Jaques Wagner, que atribuiu a "turbulência política" ao uso de caixa dois pelo PT:
-Se o problema fosse caixa dois, não estaríamos imersos na maior crise de um governo na história recente, com numerosas demissões e renúncias em todas as áreas da administração e quase duas dezenas de parlamentares ameaçados de perder o mandato. Isso mostra que, para além do caixa dois, o PT inovou organizando um caixa três, prática deletéria inédita no país.

CONTRAPONTO

Piquenique parlamentar

O ex-governador do Rio de Janeiro e deputado Moreira Franco trocou recentemente o quarto de hotel que ocupava em Brasília por um apartamento.
Uma vez instalado, passou a convidar amigos para visitá-lo. Mas sempre um de cada vez, por não dispor de utensílios domésticos em quantidade suficiente para receber em grupo.
Companheiro de Moreira na ala oposicionista do PMDB, Geddel Vieira Lima não deu bola ao alerta do amigo e, quando convidado, levou consigo um punhado de correligionários.
À porta, diante de um Moreira ruborizado e sem graça, Geddel sacou do bolso um garfo:
-Não fique preocupado, Moreira. Eu vim preparado!
O anfitrião fez o que pôde com seus escassos recursos, e a noite transcorreu sem sobressaltos. Na despedida, porém, Geddel pediu de volta o que era seu:
-Sinto, mas preciso do garfo!


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