São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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Aldeia no Amapá tem surto de coqueluche

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) informou ontem que 350 índios da etnia galibi maruoro estão infectados com coqueluche em Oiapoque (580 km de Macapá). O surto atingiu a maior aldeia do Estado, a Kumarumã, onde vivem cerca de 1.800 índios.
Eles tiveram a confirmação clínica da doença nesta semana. Foram realizados exames para obter o atestado laboratorial. Resultados devem ser divulgados na próxima quinta. Técnicos da Funasa detectaram o surto após a morte de um bebê de dois meses, dia 26, com os sintomas da doença (febre, mal-estar, coriza e tosse).
Segundo o órgão, antibióticos e xaropes foram enviados ao local em um avião, e outra remessa deve ser feita hoje. Não há doentes mais graves. Desde terça-feira à noite, não há novos casos.
A Funasa afirma que 85% da população indígena do Amapá (8.000 pessoas) está vacinada. Segundo o órgão, o que pode ter ocorrido é, durante uma das etapas de vacinação, indígenas estarem na Guiana Francesa, cujo acesso é livre. Para a Funasa, a mobilidade dos habitantes teria propiciado a transmissão.
A coqueluche é uma doença infecciosa, transmissível pelo contato direto, que ataca o aparelho respiratório (brônquios e traquéia). Ela é causada pela bactéria Bordetella pertussis.
O Brasil, que chegou a registrar mais de 50 mil casos nos anos 80, tem menos de 1.500 registros por ano desde 1998. De 1995 a 2004, o Amapá soma menos de 200 casos.


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