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SAIBA QUEM É
Guatemalteca luta pelos povos indígenas
Rigoberta Menchú recebeu Nobel da Paz
DA REDAÇÃO
A líder indígena e ativista dos
direitos humanos guatemalteca Rigoberta Menchú Tum, 41,
ganhou o Prêmio Nobel da Paz
em 1992 por seu trabalho em
defesa dos povos indígenas de
seu país.
Menchú se tornou ativista
dos direitos humanos e por reformas sociais já em sua adolescência.
A ativista esteve no Brasil em
94 para participar de debates
com lideranças indígenas, sindicais e religiosas.
Na época, participou também de uma manifestação de
trabalhadores rurais em Santa
Catarina, ao lado do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia a seguir o comunicado de
Menchú à imprensa.
A premiada com o Nobel da Paz Rigoberta
Menchú Tum e a fundação que preside denunciam com indignação à comunidade internacional os atos antidemocráticos em que o governo brasileiro tem incorrido com o objetivo
de acabar com as organizações que têm como
bandeira a justa luta campesina pelo acesso à
terra, condenando à miséria milhares de famílias de camponeses ao negar-lhes virtualmente
acesso a crédito.
Um dos sinais evidentes desta atitude inaceitável do governo de Fernando Henrique
Cardoso é o ataque direto aos membros do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra). Só neste ano, dez integrantes da
organização foram assassinados e foram movidos processos criminais contra 180 líderes do
movimento, em uma nova manifestação de
perseguição política.
A premiada com o Nobel e a fundação condenam também as ações governamentais que
restringem o crédito aos pequenos agricultores e condenam à miséria 250 mil famílias de
trabalhadores, ou seja, mais de 1 milhão de
pessoas.
É inaceitável que governos como o de Henrique Cardoso insistam em instaurar em seus
países modelos antidemocráticos, em prejuízo
de milhões de seres humanos e contrários aos
esforços para alcançar uma cultura de paz, em
que a igualdade e o exercício democrático possibilitem verdadeiras oportunidades de desenvolvimento a todos os seres humanos.
Denunciamos e condenamos as políticas do
governo brasileiro e instamos o presidente
Cardoso a corrigir o rumo de sua atuação pública, para que as ações de seu governo não
continuem aumentando a fome e a miséria no
Brasil nem negando oportunidades de desenvolvimento aos despossuídos.
Assim, expressamos nossa solidariedade ao
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra, vítima de uma clara e evidente perseguição política por parte do governo brasileiro.
Guatemala, novembro de 2000.
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