São Paulo, sábado, 07 de dezembro de 2002

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PERFIL

Ex-guerrilheiro, deputado lidera a ala moderada

DA AGÊNCIA FOLHA

O deputado federal José Genoino vai substituir José Dirceu na presidência do PT após ter sido deixado de fora do novo ministério. Ele era o primeiro vice-presidente do partido, mas afastou-se do cargo para disputar o governo de São Paulo.
Teve um desempenho surpreendente (32,45% dos votos válidos no primeiro turno), superando Paulo Maluf (PPB). No segundo, recebeu 41,36% dos votos válidos, perdendo para o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Principal interlocutor do PT com os militares, estava cotado para assumir o Ministério da Defesa ou a secretaria que cuidará da segurança pública. Numa reunião com petistas na semana passada, disse estar ressentido por não participar da escolha de nenhum cargo importante: "Nem consultado eu fui", teria afirmado.
Um dos líderes da ala moderada do PT, Genoino é cearense de Quixeramobim (nasceu em 3/5/1946). Coroinha quando jovem, passou a militar no movimento estudantil quando estudava filosofia na Universidade Federal do Ceará. Foi presidente do Diretório Central dos Estudantes e membro da direção da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Com o endurecimento do regime militar, ingressou na clandestinidade e participou da preparação da Guerrilha do Araguaia, pelo PC do B. Capturado em 1972, permaneceu preso até 1977. Libertado, deixou o partido e organizou o PRC (Partido Revolucionário Comunista), que se abrigou no PT.
Em 1982, obteve 58.650 votos, tornando-se um dos oito deputados federais que o PT elegeu no país. Um dos líderes da ala esquerda do partido, começou a mudar em 1989, quando dissolveu o PRC. Apesar disso, vetou a presença de Ulysses Guimarães (PMDB) no palanque de Lula no segundo turno da eleição daquele ano.
Em 1991, mais moderado, tornou-se líder do partido na Câmara. Em 1992, defendeu a participação do PT no ministério de Itamar Franco e apoiou Luiza Erundina, que aceitara a pasta da Administração. Reconduzido à Câmara com votações crescentes (recebeu 306.988 votos em 1998), desistiu de uma reeleição certa na Câmara para reforçar a candidatura de Lula ao Planalto.


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