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PERFIL
Ex-guerrilheiro, deputado lidera a ala moderada
DA AGÊNCIA FOLHA
O deputado federal José
Genoino vai substituir José
Dirceu na presidência do PT
após ter sido deixado de fora
do novo ministério. Ele era o
primeiro vice-presidente do
partido, mas afastou-se do
cargo para disputar o governo de São Paulo.
Teve um desempenho surpreendente (32,45% dos votos válidos no primeiro turno), superando Paulo Maluf
(PPB). No segundo, recebeu
41,36% dos votos válidos,
perdendo para o governador
Geraldo Alckmin (PSDB).
Principal interlocutor do
PT com os militares, estava
cotado para assumir o Ministério da Defesa ou a secretaria que cuidará da segurança pública. Numa reunião com petistas na semana
passada, disse estar ressentido por não participar da escolha de nenhum cargo importante: "Nem consultado
eu fui", teria afirmado.
Um dos líderes da ala moderada do PT, Genoino é
cearense de Quixeramobim
(nasceu em 3/5/1946). Coroinha quando jovem, passou a militar no movimento
estudantil quando estudava
filosofia na Universidade Federal do Ceará. Foi presidente do Diretório Central dos Estudantes e membro da direção da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Com o endurecimento do
regime militar, ingressou na
clandestinidade e participou
da preparação da Guerrilha
do Araguaia, pelo PC do B.
Capturado em 1972, permaneceu preso até 1977. Libertado, deixou o partido e organizou o PRC (Partido Revolucionário Comunista),
que se abrigou no PT.
Em 1982, obteve 58.650 votos, tornando-se um dos oito
deputados federais que o PT
elegeu no país. Um dos líderes da ala esquerda do partido, começou a mudar em
1989, quando dissolveu o
PRC. Apesar disso, vetou a
presença de Ulysses Guimarães (PMDB) no palanque
de Lula no segundo turno da
eleição daquele ano.
Em 1991, mais moderado,
tornou-se líder do partido
na Câmara. Em 1992, defendeu a participação do PT no
ministério de Itamar Franco
e apoiou Luiza Erundina,
que aceitara a pasta da Administração. Reconduzido à
Câmara com votações crescentes (recebeu 306.988 votos em 1998), desistiu de
uma reeleição certa na Câmara para reforçar a candidatura de Lula ao Planalto.
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