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ABL elege jornalista Cícero Sandroni como seu novo presidente
Acadêmico recebeu 39 dos 40 votos possíveis, em chapa de consenso; escritor Ivan Junqueira será o secretário-geral
Genro de Austregésilo de Athayde, que presidiu a ABL até 93, Sandroni é autor de "O Peixe de Armana" e "O Diabo Só Chega ao Meio-dia"
DA SUCURSAL DO RIO
O jornalista Cícero Sandroni,
72, foi eleito ontem o novo presidente da Academia Brasileira
de Letras. Ele recebeu 39 dos
40 votos possíveis -e não quis
confirmar se o voto em branco
fora dado por ele mesmo, como
se afirmava na casa. A posse está marcada para a próxima
quinta, às 17h, na academia.
Confirmou-se a chapa única
montada em consenso pelos
acadêmicos: Ivan Junqueira
(secretário-geral); Alberto da
Costa e Silva (primeiro secretário); Nelson Pereira dos Santos
(segundo secretário) e Evanildo Bechara (tesoureiro). O
mandato é de um ano, renovável por mais um.
"Eu tenho uma missão difícil,
que é ser presidente depois da
gestão de Marcos Vinicios Vilaça. Ele abriu a casa, fez uma
gestão para as humanidades,
não só para as letras, e transformou a academia em popular
sem ser vulgar", exaltou Sandroni, que era secretário-geral
de Vilaça.
"Cícero é um administrador
testado e um intelectual consagrado. Será o presidente de que
a academia precisa", devolveu
Vilaça, que buscou atrair público e mídia para a instituição
nos últimos dois anos. Entre os
desafios da nova gestão estão
dois eventos em 2008 -o centenário da morte de Machado
de Assis, fundador da casa, e o
bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil.
Cícero Sandroni foi genro de
Austregésilo de Athayde, que
presidiu a ABL durante 34 anos
(de 1959 até morrer, em 1993).
Escreveu, inclusive, a biografia
"Austregésilo de Athayde, o Século de um Liberal" (1998), ao
lado da mulher, Laura Sandroni. "Mas também conheço a
academia por ter feito muitas
entrevistas e coberturas, acompanhado a vida da casa. Nem
sempre minhas relações com
ela foram amorosas", disse ele.
O paulistano Sandroni se
mudou aos 11 anos para o Rio,
onde desenvolveu sua carreira
jornalística. Atuou, entre outros veículos, em "Tribuna da
Imprensa", "Correio da Manhã", "Jornal do Brasil", "O
Globo" e "Fatos e Fotos".
Ainda ocupou cargos públicos como a subchefia do gabinete de Franco Montoro quando este era ministro do Trabalho de João Goulart, em 1962.
Da obra de Sandroni constam ficções como "O Diabo Só
Chega ao Meio-dia" (1985) e "O
Peixe de Armana" (2003) e um
perfil biográfico de Carlos Heitor Cony (2003). "Cícero é um
grande jornalista, intelectual e
um homem muito hábil, coisa
que eu não sou e que é condição
fundamental para um presidente da ABL", disse Cony, um
dos eleitores de ontem.
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