São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

Próximo Texto | Índice

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Aviso de cobrança

Necessitado de toda ajuda possível na tentativa de se segurar na cadeira, José Roberto Arruda (DEM) pressiona fortemente o PT a ficar fora de qualquer esforço real para fazer andar um processo de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O alvo prioritário do governador é a líder da bancada petista, Erika Kokay. Acusada em 2007 de ter usado conta-laranja, em nome de um ex-funcionário de seu gabinete, para movimentar caixa dois na campanha eleitoral, a deputada distrital foi socorrida por colegas da base aliada, que arquivaram o caso no Conselho de Ética sem nem mesmo ouvir testemunhas. Agora, Arruda quer acertar a conta.



Pede pra sair. Faixa estendida numa quadra de Brasília: "Arreda, Arruda".

Ufa! A cúpula do DEM comemorava ontem ter atravessado o fim de semana sem a aparição de vídeo que arraste algum de seus integrantes para o inferno de Arruda.

Next. Palpite de quem conhece bem os personagens do faroeste candango: menina dos olhos de Paulo Octávio (DEM), o programa Pró-DF, que envolve a concessão de lotes e outros incentivos a empresas, ainda dará muita dor de cabeça ao vice-governador.

Produções. Durval Barbosa, o gravador-geral da capital, disse às autoridades que, temendo ser vítima de um atentado, teve o cuidado de fazer três cópias de seus vídeos. Foram enviadas respectivamente a "um amigo pessoal", a "uma pessoa da família" e ao jornalista Edson Sombra.

Padrão 1. Advogados que analisaram o despacho do ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, dando sinal verde à Polícia Federal para deflagrar a Operação Caixa de Pandora apontam sucessivos alertas aos agentes: não usar armas nem trajes da corporação, manter sigilo absoluto e, especialmente, nada de entrevistas dos delegados.

Padrão 2. A Caixa de Pandora foi a primeira operação em que procuradores da República acompanharam a PF nas buscas e apreensões.

Mais ou... Com o apoio dos deputados Luciana Genro e Ivan Valente, a presidente do PSOL, Heloisa Helena, conseguiu construir maioria (41 a 19) no Diretório Nacional para que prossigam as negociações em torno do eventual apoio do partido a Marina Silva (PV). Do lado derrotado estavam, entre outros, os ex-deputados João Alfredo e Babá.

...menos verde. "Mas tudo vai depender do discurso da Marina", adverte Luciana Genro. "Ela precisa se apresentar como alternativa, não como continuidade. Se continuar a falar bem do Lula e do Fernando Henrique, aí não vai dar para o PSOL."

Termômetro. Ontem, com as urnas do segundo turno da eleição interna do PT ainda por apurar, uma liderança nacional do partido previa que a candidatura própria no Rio é possível, e em Minas, certa.

Sobe-desce. O redesenho de forças no PT de Mato Grosso deve levar o deputado Carlos Abicalil a disputar o Senado, e a senadora Serys Slhessarenko, vaga na Câmara.

Cofre 1. Auditoria do TCU solicitada pelo Senado aponta irregularidades em transferências voluntárias do Ministério das Cidades para Estados, municípios e entidades privadas sem fins lucrativos. O volume de repasses foi de R$ 5,7 bilhões em 2007 e de R$ 623 milhões em 2008.

Cofre 2. Segundo os técnicos, houve deficiência no acompanhamento dos contratos, ausência de relatórios da CEF e de um manual com os critérios de seleção dos programas contemplados, abastecidos com verba de emendas parlamentares.


com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Marcos Valério é um hábil negociador. Coordenou o mensalão do PT, do PSDB e do DEM, unindo todas as correntes, igualando os desiguais. Que carisma!"

De ROBERTO JEFFERSON , comentando a gravação em que um deputado distrital diz ter sido orientado a direcionar licitação para favorecer agência de publicidade de Valério no Distrito Federal.

Contraponto

Dever cívico

No último fim de semana de novembro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, atravessava o rio Jari, afluente do Amazonas que banha os Estados do Pará e do Amapá, num barco que fazia as vezes de juizado itinerante para atender a população ribeirinha.
O ponto alto da programação foi um casamento comunitário. Quando o juiz deu sinal de que iria iniciar a cerimônia, o DJ mandou ver som na caixa. Só que, em vez da Marcha Nupcial, o que se ouviu foi o Hino Nacional.
Noivos e convidados se entreolharam espantados, e um dos presentes comentou com Gilmar em tom reprovador:
-Casar por amor à pátria ninguém merece!


Próximo Texto: Expulsão de Arruda já está selada, avalia direção do DEM
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.