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Acusações de fraude marcam 2º turno de eleição do PT no RJ
À noite, diferença entre candidatos era de 90 votos; em MG, atual presidente liderava disputa
Resultado das eleições nos
2 Estados é estratégico para a aliança entre PT e PMDB em torno da candidatura de Dilma à Presidência em 2010
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DO RIO
Estratégicas para a aliança
nacional do PT com o PMDB,
as eleições para os diretórios
estaduais petistas no Rio e em
Minas tiveram ontem um segundo turno com placar apertado, marcado por acusações de
fraude na disputa fluminense.
A apuração parcial indicava
vitória do candidato alinhado à
direção nacional em Minas e
uma disputa apertadíssima no
Rio, que deve se arrastar em recursos à direção partidária
mesmo depois de terminada a
contagem dos votos.
No Rio, a apuração parcial
mostrava um placar apertado
no final da noite, com vantagem de apenas 90 votos para o
deputado federal Luiz Sérgio,
candidato da direção nacional e
que tende a defender o apoio do
partido à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB).
Segundo Ernesto Braga, secretário de Organização do PT
do Rio, o deputado tinha
50,22% dos 21.346 votos apurados até 22h30, excluídos brancos e nulos, contra 49,78% de
Lourival Casula, atual vice-presidente regional da legenda e
que defende a candidatura a governador do petista Lindberg
Farias, prefeito de Nova Iguaçu. Faltava apurar cerca de 10%
dos votos. O resultado só será
anunciado hoje.
Mesmo sem anúncio oficial,
Luiz Sérgio proclamou sua vitória por 52,26% a 47,74%, com
base em apuração paralela. Ele
disse ter tido 1.277 votos a mais.
"Mentira", protestou Casula.
Ele informou que sua campanha entrou com recurso na
Executiva regional para a anulação das eleições em quatro
municípios -Quissamã, Petrópolis, Angra dos Reis e Italva-,
onde afirmou que houve flagrante de fraudes. "Nem o Diretório Nacional vai aceitar isso."
A assessoria de Luiz Sérgio
negou ter conhecimento de
qualquer fraude e afirmou que
cabe ao acusador provar.
Em Minas, com 25.800 votos
apurados (de um total esperado
de 35 mil), o deputado federal
Reginaldo Lopes, atual presidente e candidato do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando
Pimentel, tinha 55,5%. Gleber
Naime, apoiado pelo ministro
Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), contava 45,5%.
A apuração foi interrompida e
será retomada hoje.
Tanto Pimentel quanto Patrus são pré-candidatos do PT
ao governo do Estado. A diferença entre eles no contexto
das negociações entre PT e
PMDB para o projeto Dilma é a
maior flexibilidade de Patrus
em ceder a cabeça de chapa ao
ministro peemedebista Hélio
Costa (Comunicações), primeiro colocado nas pesquisas de
intenção de voto.
O resultado nos Estados é
importante para a aliança com
o PMDB em torno da candidatura da ministra-chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff.
Se os vencedores forem mais
alinhados com a direção nacional, que tem o discurso de abrir
mão de candidaturas estaduais
em favor de nomes mais competitivos do PMDB, o acordo no
plano nacional pode ser facilitado. O objetivo é amarrar o
apoio formal do PMDB e, com
isso, o tempo de TV para Dilma.
Nos dois Estados a participação foi bem menor que no primeiro turno. Em Minas, a expectativa era que o comparecimento fosse 30% menor que no
primeiro turno. No Rio, a estimativa era de que 25 mil filiados tivessem ido votar, contra
38 mil na primeira fase.
Além de Rio e Minas, também houve segundo turno no
Amapá e no Maranhão, Estados onde o resultado tem menos peso no cenário nacional.
(BRENO COSTA, SAMANTHA LIMA e CAIO BARRETTO BRISO)
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