São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acusações de fraude marcam 2º turno de eleição do PT no RJ

À noite, diferença entre candidatos era de 90 votos; em MG, atual presidente liderava disputa

Resultado das eleições nos 2 Estados é estratégico para a aliança entre PT e PMDB em torno da candidatura de Dilma à Presidência em 2010

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DO RIO

Estratégicas para a aliança nacional do PT com o PMDB, as eleições para os diretórios estaduais petistas no Rio e em Minas tiveram ontem um segundo turno com placar apertado, marcado por acusações de fraude na disputa fluminense.
A apuração parcial indicava vitória do candidato alinhado à direção nacional em Minas e uma disputa apertadíssima no Rio, que deve se arrastar em recursos à direção partidária mesmo depois de terminada a contagem dos votos.
No Rio, a apuração parcial mostrava um placar apertado no final da noite, com vantagem de apenas 90 votos para o deputado federal Luiz Sérgio, candidato da direção nacional e que tende a defender o apoio do partido à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB).
Segundo Ernesto Braga, secretário de Organização do PT do Rio, o deputado tinha 50,22% dos 21.346 votos apurados até 22h30, excluídos brancos e nulos, contra 49,78% de Lourival Casula, atual vice-presidente regional da legenda e que defende a candidatura a governador do petista Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu. Faltava apurar cerca de 10% dos votos. O resultado só será anunciado hoje.
Mesmo sem anúncio oficial, Luiz Sérgio proclamou sua vitória por 52,26% a 47,74%, com base em apuração paralela. Ele disse ter tido 1.277 votos a mais.
"Mentira", protestou Casula. Ele informou que sua campanha entrou com recurso na Executiva regional para a anulação das eleições em quatro municípios -Quissamã, Petrópolis, Angra dos Reis e Italva-, onde afirmou que houve flagrante de fraudes. "Nem o Diretório Nacional vai aceitar isso."
A assessoria de Luiz Sérgio negou ter conhecimento de qualquer fraude e afirmou que cabe ao acusador provar.
Em Minas, com 25.800 votos apurados (de um total esperado de 35 mil), o deputado federal Reginaldo Lopes, atual presidente e candidato do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, tinha 55,5%. Gleber Naime, apoiado pelo ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), contava 45,5%. A apuração foi interrompida e será retomada hoje.
Tanto Pimentel quanto Patrus são pré-candidatos do PT ao governo do Estado. A diferença entre eles no contexto das negociações entre PT e PMDB para o projeto Dilma é a maior flexibilidade de Patrus em ceder a cabeça de chapa ao ministro peemedebista Hélio Costa (Comunicações), primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto.
O resultado nos Estados é importante para a aliança com o PMDB em torno da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Se os vencedores forem mais alinhados com a direção nacional, que tem o discurso de abrir mão de candidaturas estaduais em favor de nomes mais competitivos do PMDB, o acordo no plano nacional pode ser facilitado. O objetivo é amarrar o apoio formal do PMDB e, com isso, o tempo de TV para Dilma.
Nos dois Estados a participação foi bem menor que no primeiro turno. Em Minas, a expectativa era que o comparecimento fosse 30% menor que no primeiro turno. No Rio, a estimativa era de que 25 mil filiados tivessem ido votar, contra 38 mil na primeira fase.
Além de Rio e Minas, também houve segundo turno no Amapá e no Maranhão, Estados onde o resultado tem menos peso no cenário nacional.
(BRENO COSTA, SAMANTHA LIMA e CAIO BARRETTO BRISO)


Texto Anterior: Outro lado: Banco diz que critérios usados são técnicos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.