São Paulo, quinta, 8 de janeiro de 1998.




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JANIO DE FREITAS
Só eles escapam

O governo estuda um aumento exclusivo para os militares, que esperam obter pelo menos 30% a mais, faltando ainda definir, porém, se atenderá a reivindicação pelo velho truque de aumentar alguns dos vários adicionais pagos à oficialidade ou se já utilizando a extinção, prevista na pauta extraordinária do Congresso, do preceito constitucional que igualou montantes e datas de aumentos dos servidores civis e militares.
Esse retorno dos militares à condição de funcionários privilegiados, encerrada pela Constituinte de 88 com o apoio do presidente que a quer restabelecida, é o único item, entre os quase 40 da atual "atividade" extraordinária do Congresso, que beneficia uma parcela numerosa de pessoas. Todos os demais só trazem perdas de direitos e prejuízos vários para a população em geral.
Os senadores e deputados não estão ganhando salário triplicado para uma convocação extraordinária, mas para um massacre de fato extraordinário.

Os donos da bola
A tentativa de articulação feita por ministro Paulo Renato Souza, para ser o candidato do PSDB ao governo paulista, só podia dar na gozação generalizada que a vitimou depressa.
A finura política do economista Paulo Renato não foi bastante nem para lhe insinuar que, se a candidatura de Covas já é intolerável para o acordo de Fernando Henrique com Paulo Maluf, quanto mais a candidatura de um ministro do próprio Fernando Henrique.
Os paulistas são donos do PSDB e o PSDB é dono do poder político e administrativo em São Paulo. Não ter, nesta situação, um candidato ao governo com alguma possibilidade consistente, atesta, para não dizer muito, uma incompetência política e partidária espantosa mesmo.

Fantasma palaciano
O equivalente a Antonio Carlos Magalhães nos palácios brasilienses é uma assombração. Daí para pior.
Uma notinha na coluna de Alessandro Porro, sobre o convite de uma escola de samba a Antonio Carlos, para desfilar no Sambódromo carioca, acionou urgentes sondagens: o convite seria uma armação promocional providenciada pelo próprio Antonio Carlos? Há algum indício de articulação política (eleitoral, deviam ter dito) por trás do convite?
Em certo palácio brasiliense as noites são de pesadelo. Sempre com a mesma personagem.



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