São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2005

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PAINEL

Acabou o prazo 1
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, disse a pessoas próximas que a polêmica sobre a dívida de São Paulo fará com que a Fazenda seja inflexível daqui pra frente: governo ou prefeitura que atrasar um dia o pagamento, terá recurso bloqueado.

Acabou o prazo 2
A equipe do ministro Palocci diz que não foi feito em São Paulo nada além da prática costumeira. É comum, argumenta a Fazenda, um governo pedir um pequeno prazo para saldar parcelas da dívida à espera de algum crédito que entre para fazer frente a eventual compromisso.

Boa vizinhança
O prefeito tucano José Serra tratou de telefonar para Levy. Quis deixar claro que não comungava do estardalhaço que foi feito em torno do assunto.

Reciclagem no front
Secretária adjunta da Receita Federal e secretária de Comércio Exterior no governo FHC, Lytha Spíndola foi indicada pelo ministro Palocci e nomeada por Lula para o cargo de adido tributário e aduaneiro na embaixada do Brasil em Washington.

Perdendo fôlego
Depois da desistência pública de Michel Temer ontem, o pefelista José Carlos Aleluia (BA) já negocia sua saída da corrida pela presidência da Câmara. Quer, em troca, a primeira vice-presidência da Casa, ao que o PT tem sido muito receptivo.

Tô voltando
A assessoria do líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), diz que ele tirou apenas uma semana de folga, mas, na semana que vem, entra "de corpo e alma" na campanha de Luiz Eduardo Greenhalgh.

Esticando a corda
Virgílio Guimarães exibe uma pesquisa do Vox Populi, que mostra que ele venceria Greenhalgh por 84% a 16% no plenário. Também conta, orgulhoso, que foi o único político que passou o Réveillon com Lula no Torto. Não desistirá tão fácil.

Professor Samuel
Quem articulou a reunião de Lula com os embaixadores na quinta-feira e deu o tom de "doutrinação" na fala de Lula foi o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães.

É com essa que vou
Caio Carvalho corre contra o tempo para viabilizar o Carnaval de São Paulo. Com a prefeitura sem dinheiro, o presidente da Anhembi vai bater à porta da iniciativa privada em busca de ajuda. São necessários R$ 17 mi para a realização da folia.

Secando feridas
Depois da indignação inicial, pessoas próximas a José Serra apostam que ele irá se entender com o presidente da Câmara, Roberto Tripoli. Quem costura a aproximação é José Aníbal, que até a última hora tentou demover o dissidente tucano a se eleger com o apoio do PT.

Procura-se
Obsessão do prefeito tucano José Serra nos primeiros dias de governo, a rede de piscinões da administração paulistana não conta com sequer um técnico especializado no assunto.

Nova cruzada
Após ter alinhavado o apoio dos vereadores do PTB ao governo Serra, Campos Machado, líder do partido no Estado, vai se dedicar a uma campanha nacional contra a verticalização partidária. Quer evitar o atrelamento automático da legenda à polarização PT x PSDB em 2006.

Regime linha-dura
Secretários de José Serra têm trabalhado até 16 horas por dia. Alguns, como Walter Feldman (Subprefeituras) e Aloysio Nunes Ferreira (Governo), estão sem tempo até para almoçar. O jeito é improvisar com lanches tradicionais do centro.

TIROTEIO

Do deputado petista Paulo Delgado sobre o colega Virgílio Guimarães, que pode ser candidato à presidência da Câmara à revelia do PT:
-O movimento avulso tomou conta do PT, agravado pelo poder. Parlamentares e ministros disputam quem tem mais projeção. Isso acaba virando uma festa.

CONTRAPONTO

Pai da matéria

No final dos anos 60, um repórter e um cinegrafista entrevistavam o jurista Miguel Reale, que havia acabado de ser eleito para a Reitoria da USP (Universidade de São Paulo).
No meio da conversa, chegou o filho do reitor, Miguel Reale Júnior, que viria a ser secretário estadual da Segurança Pública e ministro da Justiça. Ele comentou que, ao descer a avenida Nove de Julho, percebera um movimento incomum de policiais.
Segundo ele, o grupo estava nas proximidades da alameda Casa Branca, na região dos Jardins, zona nobre de São Paulo.
Os repórteres se dirigiram rapidamente ao local, chegando a tempo de registrar cenas do tiroteio que resultou na morte do líder comunista Carlos Marighela. Até hoje, os jornalistas, ao se encontrarem com Reale Júnior, agradecem a informação:
-Como vai o meu pauteiro favorito?-, o saúdam.


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