São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2005

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REBELIÃO PARLAMENTAR

Presidente do PMDB deve apoiar Greenhalgh para não "atrapalhar" intenções de Renan no Senado

Temer descarta concorrer na Câmara

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), descartou ontem sua candidatura à presidência da Câmara e acenou com a hipótese de apoio ao petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP). "Não há condição", rechaçou Temer, que foi procurado por Greenhalgh na quinta-feira.
Os dois se reúnem amanhã. Ontem, com o PMDB, Temer disse que não valeria a pena comprar essa briga e apostou nas chances de Greenhalgh.
Temer disse que não vai concorrer "até para não atrapalhar o Renan [Calheiros, candidato à presidência do Senado]". O gesto embute uma proposta de trégua, expressa pelo presidente estadual do PMDB, o também antigovernista Orestes Quércia. Temendo a asfixia da ala de oposição, ele admite: "Temos os convencionais. Mas não temos a ambulância para o deputado. Queremos somar o partido".
Uma outra prova de maleabilidade está no fato de Temer suspender as sanções, fixadas na convenção, para os governistas até o mês que vem, quando a Justiça volta do recesso. Temer até minimizou a ameaça de convocação de nova convenção.
Apesar disso, o grupo insiste que a convenção que decidiu pelo afastamento do governo não foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal. O que foi estabelecido, argumentam, é que a competência para julgar é do Tribunal de Justiça.
No PMDB, o maior empecilho para um acordo com o PT é Anthony Garotinho, marido da governadora do Rio, Rosinha. Contrariado com as dificuldades impostas pelo governo para autorizar uma negociação do Estado com o Banco Itaú, Garotinho avisa que "não há hipótese" de a bancada do PMDB do Rio -com dez deputados fiéis à governadora- apoiar Greenhalgh. Ele acusa o governo federal de arrogância e de tentar aniquilar seus desafetos.
Comparando Luiz Inácio Lula da Silva com o antecessor, Fernando Henrique Cardoso, afirma que é um "desrespeito" Rosinha saber pelos jornais da passagem do presidente pelo Rio. E diz que "é mais fácil falar com o Papa do que com Palocci". Mas o próprio quórum da reunião de ontem aponta para a necessidade de diálogo. Dos seis governadores do PMDB, só Roberto Requião estava presente. Três mandaram representantes. Luiz Henrique (SC) e Joaquim Roriz (DF) nem isso fizeram.


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