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REBELIÃO PARLAMENTAR
Presidente do PMDB deve apoiar Greenhalgh para não "atrapalhar" intenções de Renan no Senado
Temer descarta concorrer na Câmara
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do
PMDB, Michel Temer (SP), descartou ontem sua candidatura à
presidência da Câmara e acenou
com a hipótese de apoio ao petista Luiz Eduardo Greenhalgh
(SP). "Não há condição", rechaçou Temer, que foi procurado
por Greenhalgh na quinta-feira.
Os dois se reúnem amanhã.
Ontem, com o PMDB, Temer
disse que não valeria a pena
comprar essa briga e apostou
nas chances de Greenhalgh.
Temer disse que não vai concorrer "até para não atrapalhar o
Renan [Calheiros, candidato à
presidência do Senado]". O gesto embute uma proposta de trégua, expressa pelo presidente estadual do PMDB, o também antigovernista Orestes Quércia.
Temendo a asfixia da ala de oposição, ele admite: "Temos os
convencionais. Mas não temos a
ambulância para o deputado.
Queremos somar o partido".
Uma outra prova de maleabilidade está no fato de Temer suspender as sanções, fixadas na
convenção, para os governistas
até o mês que vem, quando a
Justiça volta do recesso. Temer
até minimizou a ameaça de convocação de nova convenção.
Apesar disso, o grupo insiste
que a convenção que decidiu pelo afastamento do governo não
foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal. O que foi estabelecido, argumentam, é que a
competência para julgar é do
Tribunal de Justiça.
No PMDB, o maior empecilho
para um acordo com o PT é Anthony Garotinho, marido da governadora do Rio, Rosinha.
Contrariado com as dificuldades
impostas pelo governo para autorizar uma negociação do Estado com o Banco Itaú, Garotinho
avisa que "não há hipótese" de a
bancada do PMDB do Rio
-com dez deputados fiéis à governadora- apoiar Greenhalgh. Ele acusa o governo federal de arrogância e de tentar
aniquilar seus desafetos.
Comparando Luiz Inácio Lula
da Silva com o antecessor, Fernando Henrique Cardoso, afirma que é um "desrespeito" Rosinha saber pelos jornais da passagem do presidente pelo Rio. E
diz que "é mais fácil falar com o
Papa do que com Palocci". Mas
o próprio quórum da reunião de
ontem aponta para a necessidade de diálogo. Dos seis governadores do PMDB, só Roberto Requião estava presente. Três
mandaram representantes. Luiz
Henrique (SC) e Joaquim Roriz
(DF) nem isso fizeram.
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