São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997.

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Painel


Trombada inevitável
FHC teme que a briga por blocos na Câmara se misture com o 2º turno da reeleição (previsto para 25 de fevereiro). Vacinado com o que ocorreu nas eleições para Câmara e Senado, o próprio presidente pediu o adiamento da formalização dos blocos.

Queda-de-braço
Exemplo do que está em jogo na disputa por blocos na Câmara: o PFL quer indicar Aracely de Paula (MG) para relator da Comissão do Orçamento. O PSDB pensa em Yeda Crusius (RS). O bloco maior levará vantagem.

Voz dissonante
Estimulada por Esperidião Amin (SC) e Delfim Netto (SP), a adesão do PPB a um bloco com o PFL ou PMDB tem um adversário no partido: Francisco Dornelles (Indústria e Comércio).

Sonho tucano
Amigos de Serra dizem que ele está dividido. Não sabe se batalha para voltar ao ministério. Ou se trabalha para dirigir a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e disputar a sucessão de ACM na presidência da Casa.

Chantagem partidária
No exercício da liderança do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA) jura que a votação do 2º turno da reeleição será ameaçada, caso o partido perca espaço na Câmara.

Gafe ianque
A revista americana ``Time'' da semana passada errou três vezes ao noticiar a reeleição. Disse que FHC disputará um terceiro mandato de cinco anos e que a eleição ocorrerá em 1999.


Negócio federal
O contrato de risco a ser assinado entre a Vale do Rio Doce e o BNDES terá cerca de 109 áreas de pesquisa na região de Carajás. Nos próximos cinco anos, serão investidos R$ 300 mi na área, promissora em ouro e cobre.


Prova de fogo
De Genoino (PT), sobre Michel Temer, o novo presidente da Câmara, ter divulgado a pauta de votação com antecedência: ``Por enquanto, foi só perfumaria. Quero ver isso com os projetos de interesse do governo''.

Análise de gestão
O Ministério da Saúde está firmando convênio com o CNPq para estudar algumas experiências municipais de gestão da Saúde por meio de cooperativas.

Clima pesado
Um cacique pefelista diz que Pauderney Avelino (AM), que quer deixar o PPB, não encontraria um bom ambiente no PFL.

Palanque reeleitoral
Executadas por meio do plano ``Brasil em Ação'', as obras de saneamento completo de Porto Seguro (BA) serão entregues no dia 22 de abril. Para comemorar o 497º aniversário da cidade. O presidente deve estar presente.

Teto policial
O governador Covas e o ministro Kandir (Planejamento) acertaram ontem linha de crédito da CEF para policiais paulistas adquirirem casa própria. Serão financiados 6.400 imóveis para a PM e 3.600 para a Polícia Civil.

Segunda chance
O consórcio Projeta-Merrill Lynch-Itaú deve ser reabilitado para a licitação da penúltima fase da privatização da CPFL, energética paulista. Havia sido desclassificado por não ter entregue duas certidões no prazo.

Malucos beleza
Tucanos cariocas se animaram com a destituição por suposta incapacidade mental do presidente equatoriano, Abdalá Bucaram, que se auto-intitula ``El Loco''. Vão usar o exemplo para tentar vencer Cesar Maia em 98.

Ninguém tasca
Apesar dos insistentes pedidos do Ministério da Aeronáutica, Gilberto Miranda (PFL-AM) se recusa a devolver os documentos secretos do Sivam, que estão acondicionados em seis caixas azuis de aço em seu gabinete.


Destinos cruzados
O tucano Ricardo Trípoli, que deixa a presidência da Assembléia paulista, deve ir para o Tribunal de Contas do Estado. Ou para a Casa Civil do governador Mário Covas, caso seja Robson Marinho o indicado para o TCE.


E-mail:±painel@uol.com.br TIROTEIO
Do líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto, sobre Serjão (Comunicações) dizer que iria ``destruir'' Jaime Lerner:
- É um bufão. Ele prometeu que ia atropelar o meu pai, prefeito da pequena Mogi das Cruzes (SP), e não conseguiu. Imagine o governador do Paraná.

CONTRAPONTO
Traição arrependida

No dia da votação da reeleição, 28 de janeiro, José Luiz Clerot (PMDB-PB) visitou Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) em seu apartamento, pela manhã. Queria reafirmar lealdade à posição do senador, que instruíra sua bancada a não votar a emenda.
No meio da tarde, um assessor avisou Ronaldo:
- O Clerot está rodeando o plenário, doido para votar.
O senador não deu muita importância à informação, mas logo depois soube que Clerot ligara para Iris Resende (PMDB-GO) pedindo para ser liberado, devido a pressões para votar. Iris pediu a Clerot que falasse diretamente com Cunha Lima.
Clerot não resistiu. Entrou no plenário e disse sim à reeleição. No dia seguinte, procurou Cunha Lima no plenário do Senado.
- Ronaldo, compreenda...
- Compreendo coisa alguma. Você pode falar comigo de mulher, poesia, cinema e futebol. Mas, por favor, não diga nada de reeleição.

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